Dois amigos, um deles empresário da área de tecidos em Porto Alegre, gostavam muito de pescar e da vida ao ar livre. Resolveram comprar um sítio em Taquara (RS).
O antigo dono deixou uma série de trastes espalhados em um galpão, e disse que eles podiam fazer deles o que quisessem. Entre eles, havia uma hélice de avião da II Guerra Mundial. Que diabos fariam com ela?
Um deles telefonou a um famoso brique na Rua da Praia de Porto Alegre, e ofereceu a raridade ao proprietário, que nem quis conversa. Que diabos eu faria com uma hélice de avião? – falou.
Para o empresário de tecidos, o assunto terminaria aí, afinal o interesse deles era no sítio. Mas o sócio achou que podia dar a curva.
Então, pediu a um amigo que fosse dono do brique e perguntasse se por acaso ele tinha uma hélice de caça da II Guerra Mundial. O homem foi à loucura, dias antes alguém ofereceu uma e ele não quisera. De repente, poderia aparecer outra. Quanto ele estaria disposto a pagar pela raridade?
– Bem, eu pensei em pagar 4 mil.
– Acho que consigo uma, deixa comigo.
Era uma bela soma na época. Não demorou e ele recebeu a visita do dono da peça perguntando se havia novidades, se não apareceria algum colecionador interessado. Sim, disse exultante, eu te pago 2 mil por ela. E assim foi feita a transação.
De posse da velharia, o dono do brique ligou para o interessado em comprá-la e o informou que tinha essa parte do avião, e que a venderia pelos tais 4 mil. A resposta foi uma ducha de água fria.
– Infelizmente, surgiu um problema e tenho que desistir dessa compra. Obrigado mesmo assim.
A hélice ficou anos na vitrine e não se sabe que fim levou. Já o sócio do sítio rachou os 2 mil com o parceiro.