More a day, more a dolar, como disse Thomas Jefferson. Mais um ano, menos um ano, como falou aquele velhinho debruçado no alto de uma escadaria de mais de 80 degraus.
É tudo uma questão de ângulo – de altura, no caso. Cada um interpreta do seu jeito o quadro apresentado.
Lembro-me de um programa do Jô dos anos 90 em que ele entrevistou o José Sarney, que aparecia bem situado numa pesquisa extemporânea para presidente da República.
– Veja bem, Jô – disse Sarney com a voz embargada –, o povo não esqueceu de mim.
– Não esqueceu ou não lembrou? – indagou um sarcástico Jô Soares.
Sarney fez que não ouviu. Essas coisas vêm à mente a cada passagem de ano. Após os 50, você faz contagem regressiva, não finja.
E também adentra o território da famosa terceira idade, ou como criado por um humorista com um senso macabro de humor, “a melhor idade”. Merecia o garrote vil só por isso.
Agora, apareceu uma definição nova para os idosos que tentam não deixar a peteca cair, a “maturidade ativa”. Vá lá. Qualquer coisa é melhor que o infame “melhor idade”. Como já disse um jornalista gaúcho chamado Rajá, quando aprendemos a escrever eles nos aposentam.
E como passa depressa.