…no mundo do jornalismo gaúcho. Já tivemos sete jornais diários em Porto Alegre. Hoje só temos três impressos. Eu tenho 56 anos de jornalismo, fui forjado nas redações e isso me entristece.
Embora saiba que temos os digitais, aquela coisa. Ocorre que as edições são atualizadas três vezes ao dia. E só na manchete.
Mas há outro dado que deveria deixar tristes todos os leitores, que vão diminuindo como sorvete ao sol: o desaparecimento dos repórteres. Tenho observado isso há mais tempo, a safra que sai das faculdades deixa a desejar porque tem estoque baixo de palavras, consequência da falta de leitura.
Por isso os textos são terrivelmente falhos, o que macacos velhos como eu sabem. Pior, repórter ruim é promovido a emitir ou substituir, e o estrago vai muito além do horizonte.
Há outra falha que explica em parte a diminuição de leitores. Perdemos a noção do que é notícia e não fazemos o que o leitor quer ler, incluindo as chamadas.
Chamadas de capa e a manchete são como anzóis. Ou seja, se não tiver uma minhoca interessante nele, o peixe não se interessa.
Tenho falado deste assunto neste blog. Mas nunca achei que chegaria ao tempo em que precisasse fincar uma placa com os dizeres “Procura-se repórteres”, a alma do jornalismo.
O que fazer? Teríamos que começar lá no ensino fundamental, inculcar o prazer de ler. Já nas faculdades de Jornalismo deveria ter o aviso “A alma do jornalista é a curiosidade”.
Sem essa qualidade, saber como as coisas funcionam, o jornalismo não terá mais alma. Será um deserto estéril.
Vivendo e aprendendo
A planta de alecrim exala uma substância que diminui o efeito do sol, por isso resiste mais à seca. Ouvi isso de um chef de que tem restaurante na região de Provence, França.