Eis que chega outra sexta-feira com pobreza de assuntos para a mídia. No Brasil, especificamente em Porto Alegre, tenho a sensação que os Jogos Olímpicos em Paris são vistos apenas nas redações, pelo menos em quantidade.
O fracasso dos atletas brasileiros pode ser chamado de morrer na praia. Vão bem nas etapas iniciais. No entanto, na hora da verdade, perdem.
Oui, temos bronzes. Mas ouro, que é bom, não mesmo, por enquanto. É verdade que alguns países ficam felizes com pratas e bronzes achando que até foram longe demais. Entretanto, na nossa cultura, impera o Princípio da Baleia – se não podemos ser cabeça de baleia, não queremos ser rabo de sardinha.
Diz-me com quem andas…
Na área internacional, mais um capítulo no Oriente Médio. Um ataque de Israel matou o cérebro do grupo terrorista Hamas, em Teerã. Imagens mostram o vice-presidente Geraldo Alckmin ao lado de Ismail Haniyeh, com quem conversou minutos antes.
Pode ter sido o protocolo. Mas não fica bem um vice-presidente bater papo com um dos mais sanguinários líderes terroristas do mundo.
O trem que não vem
Cá na província, ainda estamos longe de uma recuperação efetiva depois da devastadora enchente. Dono de uma poderosa banca no Mercado Público me contou que o movimento está em torno de 70% em comparação com o pré-enchente.
Um dos motivos, creio eu, é o trem que não vem mais ao Centro, cuja estação central fica do lado oposto do Mercado. Ainda se vê água no túnel do Trensurb, e a estimativa é a volta até o final do ano.
Trilhos, dormentes, sensores, um complexo sistema se foi com a enchente. Se fosse em país mais adiantado, a volta aos trilhos seria para ontem.
Até a imprensa me parece estar conformada com essa lentidão. Motivo: maioria dos jornalistas da praça não usa este transporte porque mora na Capital ou tem carro.
O muro como filosofia
Outro assunto momentoso é a Venezuela, com a reeleição provavelmente fajuta do presidente-ditador Nicolás Maduro. Até o Partido Comunista Venezuelano botou minhoca na sopa eleitoral.
Para variar, o governo Lula ficou em cima do muro. Assim como ficou quando da chacina que o Hamas fez em Israel.
O achaque mensal
Quando se chega a uma certa idade, os medicamentos de uso contínuo são obrigação para manter a vida. Caso de remédios para a pressão arterial, diabetes, antidepressivos e outros como coração.
Conversando com um contemporâneo, ele se disse impressionado com o alto preço destes remédios. Natural, respondi, sabendo que são de uso contínuo e precisam ser ingeridos, os laboratórios salgam os preços.
Custa muito caro não morrer ou manter a saúde em bom estado. Se por um lado eles pesquisam e fabricam medicamentos que salvam a vida, motivo do aumento da longevidade, por outro esvaziam nossas contas correntes.