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Para uma Boa Noite

Onipresente nos lares até os anos 1970, os espirais mata-mosquitos tinham enorme vantagem sobre os inseticidas: não eram tóxicos como os inseticidas com DDT, organo-clorados, comuns na época aplicados por uma bomba manual com nome patenteado de Flit. É verdade que estes espirais mais espantavam do que matavam insetos.

Aí é que entra a história do mais famoso espiral, o Boa Noite. Fabricado no final dos anos 1940 em diante.

 O princípio ativo do Boa Noite era à base de uma plantinha comum na Serra Geral gaúcha, que continha piretro. Era abundante lá pelas bandas de Taquara, lembro.

As plantas eram trituradas e misturadas com água, imagino; depois de secas, uma prensa fazia a espiral, que era destacável – uma placa continha dois espirais do Boa Noite. A fábrica ficava na rua Sarmento Leite, em Porto Alegre.

 A piretrina/piretro não era tóxica, a fumaça era o único incômodo no uso. O efeito era tão bom que a Bayer, se não me engano, comprou áreas em Taquara onde a planta era abundante e depois sintetizou o princípio ativo. Surgiram então os piretróides, usados para combater doenças no gado e também nos inseticidas domésticos – o SBP é um deles.

  Interessante o marketing dessa empresa, começando pelo nome. Os mosquitos infernizavam a população e foi uma solução para dormir de janela aberta. Mas quero dizer que, para mim, o melhor modo de não ser picado pelos mosquitos nada tinha de mais, e era muito eficiente: o mosquiteiro.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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