“…você sabe em que andar fica meu apartamento?”
Leonel Brizola sempre teve a cercá-lo um ou mais grupos de fiéis militantes. Brizola, como se sabe, é religião. Era, e ainda é. Muitos obviamente não passavam de puxa-sacos, esmerados e burilados na arte de. Havia um, gaúcho, que vivia no apartamento de Brizola na avenida Atlântida, no Rio de Janeiro. O sujeito saia da casinha a toda hora, mas nunca se dava por vencido e pendurava-se no saco do líder. Certo dia, o grupo mais chegado pediu uma reunião mais formal com o líder. Um deles, alertou-o sobre o puxa-saco, que não somava nada e até era perigoso. – Doutor Brizola, o cara é maluco! Pára de recebê-lo. O senhor precisa dizer isso a ele, olho no olho. Leonel de Moura ficou pensativo por alguns instantes. Depois dirigiu-se ao interlocutor. – Você sabe que andar fica o meu apartamento? Sem entender direito, ele respondeu: – Sei, é quarto andar. Por que? – Se eu pedir que ele me largue de mão por ser maluco vai se atirar pela janela. E aí, eu vou ficar com um suicídio na consciência, não vou? A turma ficou quieta e não insistiu. O maluco ficou com Brizola até o fim