Mas que tal essa de um cachorro derrubar um helicóptero? No final dos anos 1980, o secretário da Saúde do RS, Sérgio Bechelli, e seu antecessor Germano Bonow, foram para a cidade de Tavares, no Litoral. O objetivo da viagem era inaugurar um hospital. Foram a bordo de um helicóptero Esquilo do Departamento Aeroviário do Estado, com o piloto Wilde Pacheco. Ventava muito em toda a região, e a área de pouso inicial, uma cancha de basquete ao ar livre, foi abandonada.
Após um sobrevoo à procura de área ideal, Wilde achou um descampado ladeado por um barranco relativamente alto, que serviria como quebra-vento para a aeronave de asas rotativas. O vento continuava forte, e o pouso ainda seria delicado. Tudo ia bem, mas não contavam com a astúcia de um cachorro de rua de maus bofes, cujo tamanho era igual ao seu mau humor, encarapitado no alto do barranco. Em dado momento, a vocação terrorista do cão falou mais alto, e ele se jogou direto contra o rotor de cauda. Esse rotor é fundamental em um helicóptero porque contrabalança o torque gerado pelas pás. Sem ele, giraria como uma piorra descontrolada.
Com o atentado o helicóptero caiu de uma altura de quatro metros, causando estragos significativos mas felizmente apenas escoriações entre os tripulantes. Tanto Bechelli quanto Bonow estão aí para confirmar a história, sem dúvida um marco na aviação mundial. Afinal, até então não havia registros de um cachorro derrubar uma aeronave.
O cão? Avariado como o helicóptero que derrubou, teve ferimentos. Mas sobreviveu por alguns dias. O comandante Wilde Pacheco também teve sua história, que começou como Delegado de Polícia na segunda metade dos anos 1960. Tinha brigas frequentes com a reportagem policial daqueles tempos. Mas essa já é outra história.