O meu colega Osni Machado, que senta na mesa ao lado da minha na redação do JC, entrou para o Guiness de Recordes. Foi o primeiro ser humano que conseguiu abater uma mosca em pleno voo com aquelas raquetes especiais que se compram em tudo por 1,99.
Essa mosca, que o diabo a carregue, fazia evoluções cada vez mais malcriadas sobre nossos ouvidos e cabeça. Durante semanas, o Osni nada conseguiu, ela era rápida. Treinada pela Luftwafe, creio.
Até que, um dia, o Lado Claro da Força venceu aquele monstro com asas. Ela fez dois loopings e um oito preguiçoso bem no meio das nossas máquinas. E, quando se preparava para tirar um rasante do nariz do Osni, catapaf! A assassina do nosso bem-estar se estatelou na mesa.
Os vizinhos não acreditaram. Então tivemos que procurar os restos mortais do indigitado inseto para provar. Depois ela foi enterrada em uma vala comum, no cesto do lixo. Oração fúnebre nem pensar.
Até ontem, nenhuma parente veio reclamar seu corpo. Não houve sobrevoo de réquiem, nenhuma promessa de vingança, nada. Acho que ela era a última da família, não deixou filhos ou irmãos e irmãs.
A única coisa que chateia o Osni é que ele é chamado de serial killer de moscas. Vai ficar com essa fama de melhor pistoleiro do velho oeste da avenida João Pessoa. Muito triste tudo isso.