Quando trabalhava no jornal Zero Hora e fazia o Informe Especial, nos anos 1980, era muito amigo do ex-deputado e ex-secretário da Saúde Lamaison Porto. Desempenhava as funções de assessor da direção da RBS, mais especificamente de Maurício Sirotsky.
Certo sábado de manhã, tive que alterar uma nota para a edição dominical – não era conjunta sábado e domingo como hoje – e eis que aparece o Lamaison, convidando-me para um mocotó. Ele tinha um Dodge Polara, o Doginho.
Na primeira esquina que dobramos, a porta do meu lado se abriu sem mais nem menos. Então, eu quase que virei mártir do mocotó porque não se usava cinto naqueles tempos. Fiquei pendurado com a cabeça quase roçando o asfalto.
O carro é assim mesmo, disse Lamaison, conformado. Após 40 anos, soube agora, por um colecionador de carros, que o Doginho tinha um problema estrutural que fazia com que as portas se abrissem sem mais nem menos. Por ser estrutural não valia nada na revenda.
O mocotó? Deu errado. Um deles ficava na avenida Assis Brasil e, por um motivo que não me recordo, estava fechado. Viajamos até Cachoeirinha. Entretanto, o Rei do Mocotó também estava fechado. Que coisa.
Sabem como é quando você saliva à menção de um prato. O Rei do Mocotó hoje fica na Bordini. Tenho que me lembrar para contar o causo ao Serginho Barsotti, dono dele. Acho que mereço uma indenização por dano moral retroativo, com juros e correção.