Os bar-chopes, dos anos 1960, foram exterminados pela falta de estacionamento. O Centro Histórico de Porto Alegre abrigava um bocado deles. Basicamente, chope, sanduíche aberto, alguma especialidade da casa, tipo bistrô de hoje.
Cada um deles abrigava fregueses cativos e flutuantes. Os primeiros tinham o direito de ficar bêbados de vez em quando. Mas sem muito fiasco. Os forasteiros não tinham esse direito, onde já se viu. O proprietário pilotava as torneiras do chope e o auxiliar paleteava barris cheios e vazios.
Bar-chope não era lugar de namoro explícito, era lugar de respeito. É bem verdade que algumas māos viajavam por cima da mesa. Mas um deles encontrou uma alternativa. Foi o Gilbert ‘s, na Salgado Filho, quase esquina Marechal Floriano.
Na sobreloja havia um reservado à meia-luz, ideal para quem quisesse dar uns amassos. Aí, sim, as mãos podiam viajar por cima para aterrissar abaixo da mesa.
O garçom Luiz dava conta sozinho do recado, um prodígio de eficiência. Os proprietários eram dois espanhois. O Gilbert ‘s foi o único bar-chope em que o prato mais pedido era salsichas tipo Frankfurt pequenas com pão preto. Nada mais comum, nada mais reconfortante.
Perto dele estava outro bar, cujo dono caiu no conto do Revendedor Ford Mustang em Laguna. Mas essa já é outra história.