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As poeiras do passado

Não é a primeira vez que o RS sofre com cinzas de queimadas, alhures, ou de outra origem. Em décadas passadas, vivi episódios parecidos. E um especial guardo na minha lembrança: a bruma seca que cobriu o estado em 1963.

Na época eu voava meu humilde avião Paulistinha no Aeroclube de Montenegro e pretendia ir a Caxias do Sul só para comer um galeto. Naqueles anos, não havia tantos como hoje.

Tracei o rumo e mantive o avião a baixa altitude, porque acima de mil pés (300 metros) não enxergava o solo. Temeridade ir adiante, pensei.

Depois de 20 minutos, decidi voltar. Eu era louco mas não burro. Conhecia o Vale do Caí de cor e salteado. Entretanto, depois dele era outro papo.

Cogitou-se que a bruma pudesse ser derivada de queimadas, sem comprovação porque não tínhamos satélites naquele tempo. Meses depois, soube que eram cinzas de um vulcão do Chile que entrou em erupção. Mas era muito com base no diz-que-diz.

O Caí da minha adolescência

São Sebastião do Caí, a 90 quilômetros de Porto Alegre, pela RS que vai a Bento Gonçalves, promove, a partir do dia 22, a Festa da Bergamota. Nesta época, é colhida a variedade tardia da fruta, a montenegrina, com casca mais dura e mais colada nos gomos. Ela foi pensada e modificada de outras espécies para não sofrer danos ao ser transportada.

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A cidade faz parte da minha infância e juventude. E a família Selbach, da parte da minha mãe, disse a que veio. Meu primo Heitor Selbach foi prefeito e meu tio Arno foi vereador na década de 1950. Ambos deixaram suas marcas na história do município.

As bergamotas que comi

Como vocês sabem, nasci em São Vendelino e lá vivi até os 11 anos. Depois passava as férias de verão e inverno na casa do meu tio Sireno Selbach, que foi escrivão.

Há uma imagem que guardo na minha retina até hoje. Uma generosa bergamoteira que ficava entre nossa casa e o Grupo Escolar, cerca de um quilômetro.

Logo depois da primeira curva, ao lado da garagem do possante ônibus Ford, do Kurth Backes, que fazia a linha até Porto Alegre, lá estava ela. Enorme e, na estação, sempre carregada.

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Era da variedade comum, mas como eu tinha amizade com a bergamoteira, eu acho que ela comigo. Era só estender a mão para pegar algumas, metade ia para os bolsos e a outra eu comia no pé.

A foto do fato

Em complemento ao comentário de ontem sobre como os americanos mantêm registros de todos os eleitores que enviaram e-mails no passado, aqui vai o recebido pelo jornalista Gilberto Jasper, que entrou no comitê de Barack Obama e até hoje o Partido Democrata o mantém. Reparem que é personalizado; também enviam sugestões de contribuição – em dólares, claro.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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