Uma sugestão: tire extratos periódicos da sua conta corrente e aplicações bancárias. Esse apagão cibernético de sexta passada pode se repetir com maior gravidade. Aliás, não é “pode” e sim quando. Dependemos do humor que costuma ser mau da rede mundial.
Os bons são ruins
Autor de “Bom dia, Verônica”, “Jantar secreto” e “Uma família feliz”, Raphael Montes afirmou em recente entrevista ao Estadão que pessoas que aparentemente só têm pensamentos bons são, na verdade, mentirosas.
Segundo ele, os pensamentos ruins, como os que envolvem inveja e egoísmo, são essenciais à formação do ser humano. Eis aí uma senhora discussão.
A busca por holofotes
Como disse o Barão de Montesquieu, no “Cartas Persas”, quando em um julgamento dez jurados dão o mesmo veredicto e um é contrário, tendo a acreditar que este um tem razão. É o caso do conceito de Raphael Montes.
Sabemos que pessoas moralistas em excesso, no particular, são o oposto. E aqueles que se jactam de fazer benemerência, na realidade, estão é se promovendo, “olha como eu sou altruísta!”. Tudo bem, estas pessoas devem ser elogiadas. No entanto, ainda acho que a verdadeira benemerência é a anônima.
A árvore e a floresta
Estas considerações que necessitam de um discernimento um pouco acima da média levam a um problema sério. É a enorme massa dos que não sabem nada disso e têm conhecimento baixo e quem tem esse conhecimento histórico e já formou uma opinião crítica.
É esse o momento em que a internet para quem não tem estoque básico de informação/conhecimento não sai do lugar. Enquanto os que o têm veem a floresta em vez de só enxergar a árvore.
O ocaso da poupança
As cadernetas de poupança acumulam o sétimo semestre consecutivo de perdas. Entre janeiro e junho, as perdas foram de R$ 2,8 bilhões naquela que já foi a queridinha do Brasil desde os anos 1970.
Um dos motivos apontados foi a concorrência de outras aplicações. Para mim, sinal evidente da perda de poder aquisitivo do poupador tradicional.
Lembro como ela surgiu no início dos anos 1970, então gerida pelo BNH e não pelo Banco Central como hoje. Os cofrinhos que eram de plástico quebrável, foram distribuídos pelas agências de crédito imobiliário e bancos a elas ligados aos milhões. Cheios de moedas, eram quebrados e depositadas na caderneta de poupança.
Os cofrinhos com segredo
A caderneta era uma ótima maneira de mostrar o valor de quem poupa. Nos anos 1950, os bancos davam aos filhos dos depositantes cofrinhos de metal com segredo simples com o mesmo objetivo e até para conseguir futuros clientes. Eu tive um, do Banco da Província, segredo era 2-8 – jamais esquecerei.