Podem chamar de resistência ou de teimosia, o fato é que, nos dias que correm, estamos assistindo uma enxurrada de voltas por cima. Como na música do compositor paulista Paulo Vanzolini, após se recuperar da depressão pela morte do filho, “Levanta sacode a poeira/dá a volta por cima“.
Os mercadeiros são um bom exemplo, com cerca de 50% das operações reabertas. Parecia que não teriam forças. No entanto, estavam apenas aguardando a água baixar e a lama ser removida. Tinhakm forças. E de sobra.
Melhor que antes
Dono de um frigorífico no interior relata que antes da enchente havia expandido seus negócios comprando outra operação, que vinha com uma dívida de R$ 6 milhões. Quase quebrou. Mas, no fim, tudo deu certo.
Veio a enchente e ele perdeu tudo. Um amigo perguntou como ele iria recomeçar.
-Estou melhor que antes. Não tenho mais seis milhões de dívidas.
A tortura de Sísifo
Na mitologia grega, Sísifo foi condenado pelos deuses a rolar uma enorme pedra para cima de uma montanha para vê-la rolando morro abaixo de novo e de novo. Qualquer semelhança com o Rio Grande do Sul não é mera coincidência. Com a volta das cheias, lá vamos nós de novo rolar pedra morro acima.
Esse é o canal
O deputado Capitão Martim (Republicanos) enfatizou a urgência de dragagens nos canais de navegação devido à formação de imensos bancos de areia. Ele sugere auxílio da Marinha do Brasil para utilização do equipamento “Side Scan Sonar”, similar a um minitorpedo, que o navio reboca para escanear o perfil do canal de navegação em Porto Alegre.
Meteorologistas das barrancas
Quem mora na aldeia conhece os caboclos e quem trabalha nas barrancas dos rios conhece suas manhas. Os operadores de balsas, ainda comuns no interior, sabem tudo sobre os cursos d’água em que trabalham, o que vem ou vai de água. Informações das suas experiências gabaritadas pelos motoristas dos veículos que transportam.