Na década de 1960, um jogador do Grêmio virou treinador-tampão quando despediam o titular ou ele pedia o boné. Ele ficou conhecido como Paulo Lumumba. Porque se parecia com um líder africano de sobrenome Lumumba.
Então, era semana de grenal. E o titular fora despedido. Lumumba deu entrevista a um repórter de rádio.
– Lumumba, diz uma coisa. Acho que você vai escalar alguém do banco para substituí-lo por um craque quando faltar fôlego ao adversário. Mais tarde, vai avançar os ponteiros.
Em resumo, o entrevistado olhou fixamente para o radialista.
– Eu sempre digo lá em casa: “Como esses rapazes da imprensa são sabidos. Sem dúvida, sabem tudo de futebol”.
No entanto, o radialista não captou a ironia e ficou encabulado com o “elogio”. Pois hoje acontece algo parecido. Atualmente, com a eleição norte-americana e seus personagens.
Eu sei tudo
Quando se escreve algo acontecido em países distantes, nós jornalistas temos que nos abastecer de dados brutos. Especialmente quando acontece um evento ou tragédia.
Isso é uma coisa, e podemos, às vezes, fingir que sabemos o que se passa na cabeça dos habitantes porque alegria e dor são mundiais. Mas quando é para entrar na cabeça de um cidadão comum e com pretensões de saber o que ele pensa ou em quem vai votar, aí extrapolamos. A não ser que tenhamos desenvolvido a telepatia.
Cuidado comigo
Quem me lê sabe que bato nessa tecla há décadas. Para pegar a desistência de Joe Biden e a entrada em campo da vice Kamala Harris, os especialistas daqui presumem saber se será bom para o Partido Democrata ou não.
Certo, podemos inferir muita coisa DESDE QUE se acompanhe as carreiras e é um sentimento longínquo. Mas daí para saber se ele vai ou não votar nela e esquecer Donald Trump há uma distância.
Somos especialistas em prever o passado. Na minha opinião, os comentários e matérias deveriam ter algo como nas embalagens das bebidas alcoólicas, o álcool faz mal para a saúde ou “doses elevadas de açúcar”.
A cabeça de Kamala
Existe uma fronteira tênue entre entender e pensar que se entende. Isso deve ficar patente nas entrelinhas.
Sempre digo para meus colegas, como é que se pode entrar na cabeça de um eleitor nos confins do Texas e ter a pretensão de saber em quem ele vai votar. E digo mais, o que realmente pensa Kamala fora dos discursos e entrevistas? Ela é realmente boa no que faz e tem chance?
Água benta
Para ter esse conhecimento, é preciso ter conversa de bar. Esta é uma metáfora que uso para os políticos e homens públicos.
Entretanto, quanto mais longe, mais difícil. Se Brasília já vive em outro planeta, sem dúvida, só podemos intuir o que pensa um eleitor da Ceilândia. Pretensão e água benta não fazem mal a ninguém, desde que fique em família.
Sem palavras
É outra imagem que dispensa palavras:
Gestão de conflitos
Bom Dia Associado, evento da Associação Comercial de Porto Alegre, recebeu na edição de hoje o publicitário Gil Kurtz especialista em gestão de imagem conflitos, crises e tragédias. Na sua apresentação abordou a indispensabilidade das empresas, de todos os portes, utilizarem ferramentas de gestão para situações desse tipo.
Usou uma analogia com uma ferramenta do mundo da aviação: plano de voo. Entre alguns aspectos ressaltou que o mesmo deve contemplar: o que fazer? Por que fazer Como fazer.
No capítulo O que fazer? sublinhou que, em situações de tragédia, que afeta uma empresa, sempre existirá dois ingredientes: emoção e razão. Nas perdas emocionais, não tem como não expressar. No entanto, não se deve perpetuar.
Já no aspecto racional, em síntese, disse: “Nenhum integrante da tripulação embarca em uma aeronave sem plano de voo.”
Em sua trajetória profissional, o publicitário Gil Kurtz tem mais de 25 cases em gestão de comunicação empresarial em situações de crises, conflitos e tragédia, tendo atuado para clientes de todos os portes nacionais e internacionais.