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A reconstrução reconstruída

A reconstrução e retomada são – ainda – temas de palestras nas entidades empresariais. Algo que dá um certo cansaço. Muitos já reconstruíram o que puderam e mais não fizeram porque o dinheiro prometido pelo governo federal ainda é obra de ficção.

Para começar, não é de graça. Ou seja, é empréstimo e com juros pouco inferiores e até iguais aos do mercado. Enquanto isso, sabemos que a safra de grãos vai ser muito boa, que os parreirais não foram tão afetados assim e a Expointer é um sucesso. Apesar da tremenda falta que faz o Trensurb.

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É aquela coisa de pifar a rebimboca da parafuseta, aquele detalhe que mela o jogo todo. Mas os expositores compareceram, e o clima rústico misturado com cheiro de churros e pipoca atrai os urbanos.

Meu santinho, minha vida

Depois de um começo tímido, a campanha eleitoral de Porto Alegre vai engrenando. Bandeiras coloridas, barracas, carros de som, com som de acordar defunto, e cabos eleitorais tentam vender seu peixe – seu candidato – santinhos à mão.

O enigma ainda é se o número de brancos, nulos e abstenções vai obedecer à média histórica ou não. Há que se considerar que um bocado de eleitores perdeu tudo. Então, vai votar com raiva ou sem muita convicção.

De toda essa massaroca fica uma certeza: o santinho ainda é a alma do negócio. Porém, e sempre tem um, as redes sociais têm um peso cada vez maior. Embora eu ache que o santinho físico não irá desaparecer.

O voto do mosquito

Sabe até o mosquito da dengue porta-bandeiras de candidatos e distribuidores de santinhos são pagos na maior parte. Houve tempo em que a esquerda se gabava de não precisar pagá-los. Mas isso é passado.

Mesma coisa com público em caminhadas. Quem trabalha não tem tempo, então quem pode está matando o serviço.  

O cheiro ausente

Em outras eleições dava para sentir o cheiro de emoção no ar ou cheiro nenhum. É o caso desta, até agora.

https://cnabrasil.org.br/senar

Jornalistas veteranos sabem que as coisas esquentam mais perto do dia D e entre o primeiro e segundo turno. Ocorre que o cheiro de empolgação não está presente. E, salvo o imponderável, não acredito que, nos próximos 30 dias, algo vá mudar.

Eleição mesmo é o segundo turno. É como corrida de Fórmula I, o primeiro turno é treino classificatório. Vale mesmo é a corrida, o segundo turno.

O parágrafo único

Isso vale para a Capital. Já, no interior, a toada é outra. Em muitas cidades pequenas, ainda há tradiação de fundo dos antigos partidos Arena e MDB. O PP de hoje é aquele que já foi grande mesmo sem ter sido poder, pensando bem.

O partido do doutor Ulysses sempre professou a tese de que é melhor ser amigo do rei do que ser o rei. Pelo menos eleições municipais em redutos eleitorais do interior não tem essa sede de “boquinha” no futuro, nem cargos, nem vitrines. Digamos que seja uma eleição pura.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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