Uma história envolvendo o embaixador Assis Chateaubriand, fundador dos Diários e Emissoras Associados, um vasto império de jornais, TV Tupi, geradoras em vários estados e 16 jornais. A empresa mantinha uma bela fazenda com gado europeu em Belém Novo, a Chambá.
Lá pelas tantas nos anos 1960, ele sofreu um derrame e não se entendia o que ele falava. Pois foi nesta condição que ele visitou a Chambá.
Ninguém entendia menos a enfermeira e o cronista Antônio Onofre, que fazia uma crônica muito linda, a “Ronda”, no Diário de Notícias de Porto Alegre. Quando o Chatô chegou, Onofre se aproximou da cadeira de rodas, beijou o patrão na testa e desandou a falar.
Ocorre que ele despejava as palavras sem pausas. Comovido, Chateaubriand, o Velho Capitão, respondeu balbuciando pelo derrame e boca semiparalisada.
Lá se foram eles conversando animadamente por vogais sem sentido por vários minutos. Quanto Chatô foi embora, o jornalista Robson Flores, que ouvira a conversa, perguntou o que Chatô tinha dito. Antoninho respondeu com as mesmas vogais sem sentido. Vá entender.
De outra feita, um repórter do Diário de Notícias, que cobria o Palácio e a Assembleia, tinha a mania de ligar para a redação e ditar a notícia por telefone bem na hora de fechar a edição, cuja redação e oficinas ficavam na avenida São Pedro. Usava essa artimanha porque era muito ruim de texto, detestava escrever. Mas uma noite em que ele veio com esse lero, o diretor de redação Celito de Grandi subiu nas tamancas.
– De novo não! Não me venha com desculpas de trânsito engarrafado! Eu seguro edição, você vem bater a matéria.
Contrafeito, o setorista pegou um táxi, parou na São Pedro, subiu para a redação, botou lauda na máquina, e titubeou.
– Celito, hospício é com H?
– Claro que sim, era só olhar no dicionário, caramba!
Não fosse o Celito se dar conta na hora de baixar a matéria, ela teria começado assim:
“Sob os hospícios da Primeira Dama do Estado… “