Volta e meia, algum pesquisador médico e gerontologistas dizem que é possível o ser humano viver bem acima dos 100 anos. Como vivemos cada vez mais, já não se chama pessoas entre 70 e 80 anos de “velhos”. Exceção de alguns jornais que insistem em colocar “idoso” depois da idade, mesmo que ele tenha 60 anos.
É típico da geração dente-de-leite de jornalistas. Para eles, o Big Bang foi quando eles nasceram. A questão é: quem gostaria de viver acima dos 100 anos com o corpo cada vez mais claudicante?
Experiência de vida
Nós idosos da turma “positivo operante” (velho é quem não trabalha mais) devemos observar nosso corpo, de preferência desde a idade adulta. Eu fiz isso e é notável como somos uma enciclopédia que serve como subsídios para médicos que consultamos.
No meu caso, notei que as broncas começam aos 74 anos. Curiosamente, havia lido sobre esse marco regulatório há mais tempo. Por que 74 e não 75 ou 73 não sei. Mas o fato é que assim é.
Os distribuidores
Há muito tempo, terminaram os militantes abnegados que distribuem santinhos e material de campanha dos candidatos a prefeito e vereador em Porto Alegre sem receber nenhum benefício. Tirando os coordenadores dos partidos, os distribuidores de santinhos são todos pagos. Com o tempo, os partidos e candidatos chegaram a um valor a partir do qual voluntários da pátria se interessam neste, digamos, emprego temporário.
O leão atrevido
Na parte entre a Rua da Praia e José Montaury, um grupo de pessoas fantasiadas de animais entrega santinhos de um candidato, talvez ligado à causa animal. A chefe, baixinha – perdão, verticalmente prejudicada, no politicamente correto – ia e vinha dando ordens.
Um cara altão vestido de leão deve ter enchido o saco com a rotina e, dependendo de quem passasse, fazia aquela pegadinha de bater nas costas e fingir que não foi ele. Um dia ele pega o sujeito errado.
A minha Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
E o candidato que escolherei (Desculpa, Manuel Bandeira)
Desproporção senatorial
A divisão de senadores por Estado não é o melhor critério, posto que a população não conta. Assim, temos este quadro:
Região Sul: 3 estados, 9 senadores
Região Sudeste; 4 estados, 12 senadores
Região Centro-Oeste; 3 estados, 9 senadores
+ Distrito Federal: 3 senadores
Região Nordeste: 9 estados, 27 senadores
Região Norte: 7 estados, 21 senadores
Conclui-se que um terço dos 81 senadores são eleitos no Nordeste e que mais da metade dos membros daquela Casa (59%) procedem do Norte e do Nordeste do país. Apesar de essas duas regiões representarem apenas 32% da população nacional.