Faleceu, aos 93 anos, o cartunista carioca Sérgio Jaguaribe, o Jaguar. Seu auge foi no jornal alternativo O Pasquim, no final dos anos 1960 até a década de 1980. Em meados desta década, ele me procurou na redação da Zero Hora, eu fazia o Informe Especial nesta década. Atencioso, gentil, nada de nariz empinado, veio me pedir auxílio para um problema familiar.
Sua sogra, contou, estava em uma casa de geriatria de propriedade de uma clínica de médico famoso. E, ao visitá-la na tal casa, teve um choque. Ela estava numa cadeira de rodas no meio de um gramado, sem sombra ou árvore, era meio-dia em pleno verão e a coitada estava lá sem ter para quem apelar.
Eu fiquei revoltado, e no dia seguinte contei o caso como o caso foi e dei o retrato falado da clínica sem citá-la. Para bom entender foi o bastante.
No dia seguinte, ele voltou à redação para me agradecer e combinamos jantar naquela noite. Ele estava com a mulher, gaúcha, e foi um papo que se estendeu por horas.
O Jaguar ficou tão impressionado com minhas histórias que me convidou a escrever para o jornal onde era diretor de redação, o carioca O Dia. Por uma série de motivos, não podia aceitar. Se arrependimento matasse eu era nome de rua em vila nos confins de Porto Alegre. Essa foi uma das chances que desperdicei.