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Um mar de gente

A imagem do início dos anos 1970 pode parecer que o Centro Histórico de Porto Alegre, a esquina da Borges de Medeiros com a Rua dos Andradas, foi palco de algum evento que atraiu muita gente. No entanto, era um dia normal na hora do pique.

Foto postada no Face por Marcelo de Lima

A Borges era aberta ao trânsito de carros, caminhões e ônibus naqueles tempos. Então, as gentes do lado de lá e do lado de cá esperavam o sinal para pedestres abrir. Para quem viveu aquele tempo, a lembrança que se tem é de corrente humana se embaralhando e eventualmente se chocando.

Caminhando a gente se entende

Os nativos da capital que trabalhavam na área central, iam às compras ou simplesmente curtiam as diversas rodas que se formavam. Ou seja, já tinham a manha de atravessar esse muro humano sem problemas, assim como o trânsito maluco de algumas cidades grandes vietnamitas ou tailandesas.

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Parece que vai haver encontro, mas não. Foi difícil. A dor ensina a gemer como sempre digo.    

O marco dos novos tempos

Tudo, mas tudo mesmo, começou a mudar para pior entre 1968 e o início da década de 1970. Inclusive valores. 

As rodas de papo e o cafezinho da Rua da Praia deram lugar ao caminhar apressado sem parar para conversar. Cada trecho da Andradas tinha a sua roda, os que vieram de cidades grandes do interior, de contadores de piadas, de bairro. 

As mulheres, especificamente as jovens, faziam ponto na Casa Sloper, assim como filiais em cidades como o Rio de Janeiro. Saiu até um livro, “As Meninas da Sloper”. Tudo virou fumaça.

Contaminação

Em algumas coisas, somos parecidos com a Venezuela. Vejam o caso do relógio de ouro presenteado ao presidente Lula quando no primeiro governo.

https://cnabrasil.org.br/senar

Depois de todo esse tempo, entenderam que sim, ele pode ficar com o mimo. Já o ex-presidente Bolsonaro não pode ficar com as joias que recebeu de presente.

Eu e os tubarões

Tubarões festejam uma gota de sangue a centenas de metros e sentem imediatamente quando uma possível vítima está com medo. Urubu também tem sensibilidade para capturar cheiros de carne podre.

Eu sinto sentimentos grupais nas pessoas em determinadas circunstâncias. Nos últimos dias, tenho farejado um certo desânimo coletivo.

Talvez os vários dias de chuva tenham colaborado. Porém, é mais profundo.

Depois de um evento inesperado, vem o estresse pós-traumático. No popular, quando cai a ficha.

A vida voltar ao normal não é fácil. Fica um sentimento de desamparo.

O caso do Sicredi

Fui a uma coletiva de imprensa do banco Sicredi, na realidade, cooperativa. O local foi a agência Centro Histórico de Porto Alegre, que ficou debaixo d’água como toda a área central.

No decorrer da conversa, falou-se na diferença entre reconstrução e retomada, coisas bem diferentes. Retomada é até mais difícil porque não depende só de obras e reformas físicas. Como trazer clientes de volta, por exemplo? Porque parte considerável não volta à rotina pré-enchente.  

Live gratuitas

Imposto Territorial Rural (ITR) é o tema da palestra com transmissão online promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS). A live ocorre em 15 de agosto, às 9h, pelo canal do Senar-RS no Youtube. As inscrições devem ser feitas por este link até quarta-feira (14/8).

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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