Sobre a história de ontem sobre como era difícil fazer títulos com máquinas de escrever, sem os recursos do encolhe-espicha do computador, veio uma história contada pelo jornalista Paulo Burd, a ele contada pelo jornalista Roberto Eduardo Xavier.
Diário da Noite, RJ, anos 1950. O diagramador avisa para o capeiro: título em três linhas de três toques cada.
– Como assim? É impossível – falou o editor de capa.
– Dá um jeito.
Jornalismo é sempre assim, na base do “dá um jeito”. Ou é o patrão dizendo “dá um jeito” quando nega um reajuste salarial, ou é o comercial pedindo – ordenando – a publicação de uma matéria que só interessa ao anunciante, ou quando um editor-chefe dizendo “dá um jeito” quando o editor não consegue fechar a página mesmo com o deadline a segundos.
Voltando depois de uma breve incursão de queixas no 0800 do “Fale conosco”: O presidente norte-americano, Dwight Eisenhower – apelidado de Ike – tinha confirmado vinda ao Brasil. O editor sentou à mesa, botou uma lauda de papel na máquina e lascou:
IKE
VEM
AÍ!
Se não fosse o ponto de exclamação não fechava. E até que melhorou.