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Quem não é visto não é lembrado

Reza o mandamento da propaganda. O parágrafo único é “menos em velórios”. Estabelecido este parâmetro, por que as funerárias não encomendam campanhas publicitárias para as agências?

No máximo, fazem aqueles comerciais quadrados. Mais sérios que guri borrado. Melhor, retangulares.

Fica mais de acordo com o produto. Assim, apresento alguns textos que reputo ótimos para as famílias dos clientes.

Para começar, vamos com a classe econômica: sarcófago com fundo de isopor reciclado, laterais e tampa de Eucatex. O cliente pode ir de bermudas, havaianas e camisa regata comprada em balanço de liquidações. Só aí já é uma baita economia. E nada de vistoso, papel celofane já serve.

Caixões mais confortáveis

E as funerárias podiam vender caixões para duas pessoas, casais. Caso um demore para a última looonga viagem, há que disponibilizar um freezer para o que for primeiro.

www.brde.com.br

Flores naturais jamais, no máximo flores murchas de despachos nas encruzilhadas. E se quiserem imitar os americanos, cujos velórios tem bebida e comida, só cachaça. Também recolhida nos despachos. Tem que seguir o que dizem os pobres, miséria mesmo é velório sem cachaça.

O nicho dos idosos

À medida que a família tiver mais recursos, obviamente, os caixões vão melhorar de qualidade. Porém, mesmo assim dá para economizar nas notas de falecimento nos jornais.

Tem que ser pequenas, duas colunas por 7 cm que, além do nome do finado, possa colocar algo de interesse da família. Por exemplo, se o cliente for idoso, quem sabe “vendo Opala 1978 em bom estado, único dono, que já não pode mais pisar no acelerador”.

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Se precisar de mais espaço, chorem para aumentar o tamanho do anúncio. Os jornais estão matando cachorro a grito. Fazem qualquer negócio.

Enterro no consórcio

Por fim, fico impressionado como as funerárias não exploram novos mercados. Criar consórcios é um, inclusive com lances e outro por sorteio.

E veja só. Como há muitas pessoas com precatórios a receber, as funerárias poderiam aceitar como pagamento, digamos com deságio de 50%.

https://cnabrasil.org.br/senar

Este pessoal sabe melhor que qualquer médico se a pessoa está com “bom aspecto” ou com jeito de comer grama pela raiz. O desafio vai ser de acordo.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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