O debate sobre a mudança de regime no Brasil, de presidencialista para parlamentarista, esteve muito aceso em décadas passadas, achando que este último seria a salvação da lavoura. Quando o presidente Jânio Quadros renunciou, em 1961, houve uma tentativa malsucedida de parlamentarismo, coisa que muita gente não lembra ou esqueceu.
Foi mal. Jango assumiu a presidência, e o resto é conhecido. O debate foi acirrado durante o governo Ernesto Geisel, que gostava da ideia do parlamentarismo alemão como forma de os militares deixarem o poder.
Direto ao ponto
Acontece que o parlamentarismo não é só deixar o presidente como representante do governo e um primeiro-ministro que, de fato, governa, sujeito a chuvas e trovoadas. Sem voto de confiança do Congresso, tudo teria que recomeçar. Tem o voto distrital puro, o misto, como na Alemanha, e surgiram outras versões adequadas ao Brasil.

A transição seria um problemão. Os deputados seriam representantes por região, nada mais de campeões de voto pingado. Mudar a cabeça do eleitor neste aspecto e no fato de que ele teria que votar num presidente que escolheria o manda-chuva com participação do Congresso Nacional era muita coisa para ser digerida.
Certo ou errado, o povo brasileiro queria como ainda quer eleger aquele que manda. E zé fini.
Qual a lei boa?
Há muitos anos, tenho me dedicado a estudar o que seria bom para o nosso cambaleante país. Começa que mudar o timoneiro no meio da tempestade não é uma boa ideia, e se está dando certo, porque mudar?
Mas se a coisa vai mal, como sair desse redemoinho? A turma do deixa como está para ver como fica tem suas razões. Valho-me para uma frase de Ozires Silva, fundador da Embraer: lei boa é lei velha.

Regime de dois
Pensando bem pensado, o regime do Brasil é parlamentarista. Temos um presidente que só representa o governo. E, no STF, um primeiro-ministro que governa de fato. Na melhor das hipóteses, reparte a função.
Estão vendo?
O ministro Edson Fachin foi eleito presidente do STF e Alexandre Moraes será vice. Estão vendo como o homem não larga o osso?
A falta que ele faz
O que precisamos é de um estadista, e não temos nem sombra dele. Uma nau desgovernada exige um comandante com experiência e mão de ferro para não naufragar.

Aliás, países – como os grandes clubes de futebol – não quebram. Geralmente vão para a UTI, mas não morrem.
Então qual a saída é que são elas. O certo é que, nestas horas, os demagogos populistas aparecem.
Bebês em risco
A Jornada 2025 “Psicanálise e Epigenética: Clínica de Bebês em Risco de TEA” será realizada nos dias 15 e 16 de agosto, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre (RS), com a presença da psicanalista francesa Marie Christine Laznik.
Sem riscos não há petiscos.
Pensamento do Dias