Muito antes de ser oficialmente a Esquina Democrática, no Centro Histórico de Porto Alegre, nos anos 1970, a esquina da Borges de Medeiros com a Andradas de Porto Alegre, era uma espécie de fronteira entre as três Ruas da Praia. Do “lado de cá”, o trecho das lojas de roupas de grife e galerias; passando a esquina vê-se a loja da Varig.
Era a segunda, que terminava na Praça da Alfândega. A terceira ia da esquina com a Caldas Júnior até as proximidades do Gasômetro.
Hoje, este trecho é que está bombando. Naquela época, abrigava belos edifícios residenciais. À noite, a barra ficava mais pesada. No entanto, era comportada.
A velha e bela Porto Alegre começou a desaparecer a partir do final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Então veio a era da Vaca que foi para o Brejo.
Mudança de regime
Que tal sairmos do regime presidencialista para o semiparlamentarismo? O ex-presidente Michel Temer deu palestra na CIC Caxias defendendo essa ideia, em que o presidente seria eleito pelo voto e o primeiro-ministro, escolhido por ele.
O parlamentarismo puro já foi tentado no Brasil em 1961, como uma saída honrosa para João Goulart. Tancredo Neves foi o primeiro ministro. Durou pouco.
Tenho por mim que o brasileiro gosta de ser tutelado. E o parlamentarismo é uma espécie de condomínio.
Dada a instabilidade e a impaciência do povo brasileiro, teríamos a queda do gabinete e troca de primeiro-ministro a toda hora. Ou seja, em vez de estabilidade, teríamos a continuação da instabilidade que Temer credita ao regime atual.
Instável por natureza
Se temos instabilidade permanente, não será a mudança de regime que arrumará a casa. Recorde-se que a República foi um golpe de estado. E, sem entrar no mérito, a monarquia com Dom Pedro II foi o período de maior crescimento e prestígio do Brasil em todo o mundo.
De volta ao passado
Confesso que gostaria de ter uma bola de cristal para antecipar o comportamento do eleitorado nestas eleições. Sempre dizem que vai ser um mar de votos nulos, brancos e abstenções, o que sem dúvida é uma tendência. Entretanto, não sei se chegaremos a um nível de ruptura técnica.
O que eu gostaria de saber é se haverá renovação em níveis normais, entre 30% a 40%. Ou se os antigos parlamentares receberão cartão vermelho em percentual histórico.
Tudo muda…
Mesmo sem bola de cristal, não acredito que os novos vereadores deixem de ter os vícios dos velhos. Parlamentos são assim. E sangue novo acaba ficando velho porque há liturgias que acabam por cooptar os que começam a mil e acabam dançando as mesmas valsinhas de antigamente.
..mas fica a mesma coisa
Uma sociedade fraca como a nossa é um convite aos aventureiros e charlatões de plantão. A rigor, tudo nesse país é baixo clero. A crendice sempre faz upgrade. O Brasil é dos vivos que são sucedidos pelos mais vivos.