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Os recicláveis

O vidro demora um milhão de anos para se decompor, o que significa que se desgasta muito pouco e pode ser reciclado um número infinito de vezes. Igual ao sistema político-partidário brasileiro.

As reformas políticas são inevitavelmente conduzidas por raposas felpudas da política que buscam, acima de tudo, defender o status quo. Uma parcela apenas quer realmente mudar esse vidro reciclável.

Os partidos mamam nas gordas tetas do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral. Nem precisa ter um vereador para receber uma beira dessa cornucópia patrocinada pelo contribuinte. 

Fosse em um sistema partidário com barreira para deixar de fora siglas que, na maioria das vezes, nem representativas da sociedade são.

Do lambari à baleia

Então estes pequenos partidos, em boa parte, negociam acordos de segundo turno com quem for eleito. Isso para pedir uma boquinha ou um posto em estatal, secretaria ou na ponta da máquina administrativa.

Antes disso, surge a eterna presença de candidatos que têm contas a prestar na Justiça e só foram ver depois de ser parte da máquina. A pergunta é lógica, de tão simples que chega a cegar: por que não passam uma peneira antes de admiti-los como possíveis candidatos?

https://lp.banrisul.com.br/bdg/link/conta-digital.html?utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=patrocinio&utm_campaign=conta-digital&utm_term=visibilidade&utm_content=escala_600x90px

Ouso dizer que dirigentes sabem dessa folha corrida, mas usam o SCP – Se colar, pegou. Então temos um sistema de admissão de candidatos que não passa uma peneira fina, aliás, nem grossa. Passa desde lambari até baleia.  

De olho na quantidade

Uma outra condição que é nefasta, mas do tipo “acontece desde sempre” é o fato de um político eleito pensar na reeleição quatro antes do pleito acontecer. À medida que o tempo passa, mais ele foca nesse objetivo.

E ele trata de isolar os eleitores conforme a massa de votos.  Assim, se deficientes físicos são em número maior que outra fatia do eleitorado, ele vai fazer as tais políticas públicas para este segmento. A maioria fala sempre a mesma coisa, educação/saúde/ educação como tema genérico, como estes tipos de medicamentos.

https://cnabrasil.org.br/senar

Made in Brasil

O eleitor, por sua vez, não cobra  do candidato em quem votou em canal específico de comunicação que o ungido pelas urnas deveria disponibilizar. Em regra, só vai lembrar dos eleitores quando outra eleição se aproxima. Essa é uma coisa beeem brasileira.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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