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Os que gostam de calmaria

Os antigos navegadores detestavam a ausência dos ventos, porque eles é que enchiam as velas e empurravam as frágeis cascas de noz rumo ao então desconhecido Mundo Novo. Os governos, e o nosso não é exceção, gostam de calmarias no sentido de detestar ventos desagradáveis que deterioram a imagem junto à população.

Pois é o que está acontecendo de forma muito desagradável no governo Lula. É uma atrás da outra. E não foi por falta de aviso. Surpresas ou fenômenos são a consequência natural de um processo lógico que não é detectado a tempo.

Se fosse para resumir Lula III, eu diria que ele atingiu o estágio de fadiga dos metais. É um ponto de quase impossível reversão.

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Lá atrás até gente que mora na casa petista advertia o presidente que ele não deveria gastar mais do que arrecada, e que era preciso enxugar a pesada máquina administrativa. Além de grande, enferrujada. Lula já deveria ter aprendido como qualquer dona de casa que iria faltar dinheiro, e que imprimi-lo criaria o mais cruel dos impostos, a inflação.

Desgaste

Então o desgaste natural que vem com os que não têm desconfiômetro e não aceitam conselhos porque adoram os puxa-sacos só podia dar no que deu. Ou seja, sua popularidade vai quebrando recordes negativos.

E dona Janja também cometeu gafes, inclusive diplomáticas, irritando ministros e parte do próprio partido. Pior ainda, começaram a bater cabeça, numa sucessão de trapalhadas.

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Ministros que ainda salvavam a pátria, como Fernando Haddad, da Fazenda. Mesmo ele, que parecia ter os pés no chão, criou o monstrengo de aumentar o IOF. Erro mortal para um país que não tem mais como suportar aumento da carga tributária. 

 Haddad era o único, junto com o titular da pasta da Agricultura, que tem boas relações com o mercado. Já sei, você vai me dizer que o mercado que se exploda. Mas não é assim que funciona.

É como dizer que detesta a chuva, ela vai continuar caindo. O custo de vida em alta atinge as panelas do fogão. Uma a uma, as pedras do dominó vão caindo. E chega então o fantasma das eleições do ano que vem. 

O mal do líder solitário

Assim como aconteceu com outros partidos, o PT só tem Lula. Não há sucessores bons de voto. Digam quem é o nome depara 2026. Fernando Haddad? Não me façam rir.

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As oposições, assim mesmo, no plural, também não têm nomes de alcance nacional  para o eleitor que quer ver tanto Jair Bolsonaro quanto Lula pelas costas, e o pior dos mundos futuros. Juntando a isso, o ócio programado pelos bolsas-família da vidas e uma juventude que não quer nada com nada, a visão que resta é um país falido, que depende de uma milagre. O que não existe.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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