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O mundo lá de cima

Você olha para o lado e vê pessoas aparentemente normais, dentro do espectro que, de perto, ninguém é normal. Trabalham, têm família ou são solteiros, recebem salário, são empresários ou são funcionários públicos, com exceção do tempo maluco, tudo parece estar de acordo com um mundo também maluco.

É esse mundo que é o único? Não, de jeito nenhum. Livros e filmes de ficção abordaram um mundo subterrâneo, às vezes populações inteiras que se acostumaram a viver no escuro. Mas existe outro mundo.

O mundo lá de cima. Pairando no universo cibernético, há um mundo turbinado por todas essas letrinhas despejadas pela mídia, IA, ESG e dezenas de outras.

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É o mundo dos nerds, pessoas que têm valores e pensamentos que não entendemos ou não conhecemos. Quem apanhou bem o espírito desses seres foi o escritor Marco Antonio Barbosa, autor do livro Telhado de Vidro. Eles evoluem rápido e formam lideranças que são chamados de alfa-nerds, assim como animais tem bichos alfa, como os macacos.

Eles ditam as regras e manipulam o conhecimento. É um mundo real e ideal ao mesmo tempo. Não tem valores tradicionais como os humanos, tem ética e estética próprias. Sua bíblia é o Manual da Computador, e o teclado é seu sacerdote.

O reino dos Dráculas

Então esses seres estranhos dominarão o mundo? Não só dominarão como já dominam.

Mesmo presidentes de países do mundo normal são escravos, usam a escrita básica dos nerds que são os algoritmos. Não tomam nenhuma decisão sem antes ouvir assessores que foram dominados por eles, tipo a mordida do Drácula que torna as vítimas também vampiros.

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Você acha que estou brincando? Então me diga porque qualquer palavra que se digitar no teclado é imediatamente respondida por produtos, serviços ou artigos a ele correspondente por email ou whats.

Está vendo? Você está sendo mordido por um deles e não sabe.

O resto, aqueles que não conseguem captar esse universo virtual serão o que sempre foram: massa de manobra, bucha de canhão ou consumidores que são o orçamento dos Dráculas virtuais.

Almas à venda

Depois que a fotografia foi inventada, os índios dos Estados Unidos não queriam ser fotografados. Diziam que a imagem roubava suas almas.

Da mesma forma, a imprensa em geral não gostava de matérias pagas. A não ser que isso fosse deixado claro na matéria – o antigo Correio do Povo de Breno Caldas colocava um número aleatório no início do texto, forma de alertar que era espaço pago. Hoje ninguém mais se importa em vender a sua.

Mamãe, olha eu na TV!

Feiras e festivais no interior atraem prefeitos e políticos deslumbrados por aparecerem na telinha, sendo entrevistados pelas estrelas da emissora, tudo pago. Já faz muito tempo que a mídia perdeu a virgindade.

https://cnabrasil.org.br/senar

Por um lado estes municípios vendem seu peixe que não raro passariam despercebidos. Mas há um preço a pagar, literalmente.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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