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O imponderável

Vocês que me leem sabem que vivo dizendo que um senhor chamado imponderável pode bagunçar qualquer coisa, de projetos a planos econômicos e políticos. Tirando a expectativa do governo Trump, tudo levava a crer que ele faria mudanças de certa forma previstas.

O que o homem fez? Usou o imponderável, encheu o mundo de tarifaços e bagunçou os mercados  mundiais. De quebra, enfraqueceu o dólar de tal ponto que ele deixou de ser confiável. É como colocar uma loja de cristais de cabeça para baixo.

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Na política brasileira, o imponderável apareceu várias vezes. Na história recente, quem iria imaginar que o presidente Tancredo Neves iria morrer de pólipos intestinais antes de assumir o cargo de fato? E que seu vice, José Sarney, faria um governo tão desastroso que a década de 1980 é chamada até hoje de “década perdida”?

Eu vivi esse momento, porque, na época, fazia o Informe Especial da Zero Hora, e no domingo em que Tancredo morreu eu era o plantão com poder de parar as máquinas para substituir as matérias, se ele morresse de madrugada. Só que foi aí pelas 21h o anúncio oficial, então a redação ainda estava a milhão.

Tancredo e a medicina

Até hoje eu estou convicto que, se Tancredo Neves fosse atendido pelo SUS em vez de uma equipe de médicos em busca de holofotes, estaria vivo.

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Sem surpresas

Onde o imponderável não entrou é no domínio do Brasil por 88 facções. Escrevo sobre o avanço do Crime S.A. e seus perigos há mais de uma década. Foi o ponderável, por assim dizer. E uma sociedade narcotizada disso não se dá conta. Nem o grosso dos nossos deputados e senadores e nem mesmo seu Lula.

Guerras internas

Tenho observado que brigas de torcedores dentro e fora dos estádios são cada vez mais numerosas. E, pior, mais violentas. Tivemos uma prova nos últimos dias, com o jogo cancelado do colombiano Colo Colo com o Fortaleza, pela Libertadores. E, aqui em Porto Alegre, uma briga dos próprios torcedores do Atlético de Medellín em bar da Cidade Baixa resultou na morte de um deles.

https://cnabrasil.org.br/senar

Já li várias tentativas de explicar essa violência, e boa parte dela repousa da catarse das torcidas, revoltadas com os baixos salários. Duvido que seja por aí, ou melhor, talvez uma pequena parte. O resto é a violência pela violência, o que no século 20  a pensadora alemã  Hannah Arendt chamou de “banalidade do mal”

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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