Adivinhe quem é o bem-apessoado repórter da identificação de Zero Hora. Quando olho a foto fico ligeiramente, só ligeiramente, pasmo como o tempo passa e como ele maltrata as pessoas, homens e mulheres.
Comecei no jornalismo um ano antes e posso garantir que ser repórter policial das madrugadas não era moleza. Não havia rádio nas redações, os telefones eram poucos, a ida e volta do HPS e Delegacias e Corpo de Bombeiros era constante.
Parte dos policiais não gostava de ZH e nem os criminosos nutriam simpatia por nós. Em teoria (nunca conseguia sair nesta hora) eu largava às 6h da manhã, e ia direto para a UFRGS. E, de lá, para o Banco da Província. Mas posso garantir que eu era muito feliz.
Imagine
Imagine se, no tempo em que eu era repórter, o Supremo Tribunal Federal estaria na berlinda como esteve nos últimos anos. Nem mesmo ministros da corte superior eram alvo do noticiário, salvo em épocas de crise.
Muito menos seriam alvo de piadas e ofensas e até de ameaças de morte. Isso nunca passou pela cabeça dos piores inimigos.
É desse tempo que surgiu a máxima “Decisão de magistrado não se critica, se obedece”. Hoje, tanto Alexandre de Moraes quanto seus colegas são alvo de piadas e chacotas. Sinal evidente de que a corte perdeu respeito.
Ó tempos, ó costumes
A grande verdade é que o Supremo pediu – levou – e ainda levará. Nunca conheci um país em que um tribunal investiga, julga e prende sem que seja essa sua função.
Salvo em ditaduras, que não é nosso caso, nenhum tribunal superior anula diplomas legais do Poder Legislativo. Ou até mesmo se coloca acima do Poder Executivo.
Só isso já merecia o Livro Guinness de Recordes e um lugar na história das nações. O pior é que nem mesmo a carga pesada da imprensa é escudada pela opinião pública.
Tô nem aí
As acusações contra Alexandre de Moraes não vão dar em nada. Nem o pedido de impeachment que busca assinaturas no Senado.
A rouquidão da sirene
Não sei se vocês já se deram conta. Mas as viaturas policiais têm grande variedade de sirenes à disposição. Há as que emitem um som repetitivo, uma de acordar defunto, outra imita alguém rouco. E assim por diante.
Imagino que cada situação requeira uma específica. Ou então é como toque da campainha do celular, o freguês escolhe.
Só que…
Só que na madrugada de ontem ouvi uma que parece perfeita para mostrar como ganha mal um brigadiano. É como um choro, faz buá buá, um som contínuo, que depois parece desmaiar. Só falta o soluço final.
Cegueira proposital
O leitor e amigo Harry Focking manda uma frase de Friedrich Nietzsche, que diz que a primeira função da educação é ensinar a ver. Por isso o(s) governo(s) não investe muito nela, diz o Harry.
E por isso é que os governos não enxergam um palmo adiante do nariz. Acrescento eu.
Cidade da Advocacia
Uma cidade ainda maior! Foi o que presenciaram os advogados e as advogadas que estiveram no Cais Embarcadero na terça-feira (13). A inovação e a troca de experiências marcaram as palestras e os debates que giram em torno de temas como Direito Previdenciário, diversidade, inteligência artificial. A Cidade da Advocacia, promovida pela OAB RS vai até sábado (17).