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O desaparecimento

Um técnico da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA) saiu de casa em Washington D.C. e resolveu ir a pé para o emprego. Era um dia bonito, sol brilhando, muita gente na rua. Entretanto, ele se sentiu desconfortável. Algo estava errado, e ele não conseguia saber o que o incomodava.

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Depois de longa jornada com seu camelo pelo deserto de Sultanato de Omã, no Oriente Médio, um beduíno resolveu descansar abrigando-se na sombra do camelo. Sentiu que algo estava errado, algo o incomodava, mas ele não atinava no que fosse.

O fazendeiro e o taberneiro

Um fazendeiro do Texas acordou da sesta e resolveu ir a campo conferir seus bois. Montou no cavalo e, durante a cavalgada, vinha observando o gado. Foi quando sentiu que algo o incomodava, algo estava muito errado.

Do outro lado do Atlântico, um taberneiro da vila francesa Castelnaud la Chapelle saiu para a rua e se espreguiçou. Ao olhar para as pessoas caminhando sentiu que algo estava fora do lugar. Coçou a cabeça, mas não sabia bem porque estava inquieto. 

Um funcionário público do município sérvio de Novi Sad aproveitou o sol do meio da tarde e deu uma volta na praça da cidade. Algo o inquietava. No entanto, ele não sabia o motivo, só sabia que era algo profundo.

Quando a verdade se escancara

Em certo momento, caiu a ficha do beduíno de Omã, o técnico da NOAA, o fazendeiro texano, o funcionário público da Sérvia e o taberneiro francês. O que estava faltando era a sombra dos humanos e bichos.

Prédios, árvores, casas, torres, tudo tinha sombra, menos os seres vivos, todos eles. Por todo o mundo cientistas, jornalistas, comentaristas de TV, governos, religiosos, população discutiam o que diabo isso poderia significar. Como as sombras poderiam desaparecer?

Começou a se criar um pânico coletivo. Então, as igrejas lotaram, o povo cobrava explicações dos governos, a histeria de não entender o fim das sombras se alastrava.

Coube ao técnico do NOAA achar o que parecia ser algo sobrenatural. Não era religioso e descartou a tese de alguma maldade divina. Não, pensou, tudo é natural, inclusive o sobrenatural.

Tirou da gaveta uma garrafa de bourbon Jack Daniels, tomou um longo gole no bico e chegou à estarrecedora conclusão do motivo do fim das sombras. Fez uma sequência lógica.

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Se prédios, árvores e coisas da natureza ou construídas pelo homem mantinham a senha, se animais de todas as espécies e todos os humanos não a tinham mais, a única explicação lógica é que eles, animais, insetos, tudo que tinha vida estavam todos mortos. A derradeira pergunta era como isso tinha acontecido.

Me tira o tubo!

Centenas de voos atrasados no segundo aeroporto mais movimentado do Japão após uma tesoura desaparecer de uma loja. Passageiros ficaram presos e centenas precisaram refazer os procedimentos de segurança enquanto a equipe do aeroporto tentou por horas localizar o objeto. Lembra uma quadrinha medieval que volta e meia republico.

Por causa de uma ferradura perdeu-se o cavalo
Por causa do cavalo perdeu-se a batalha
Por causa da batalha perdeu-se a guerra
E tudo por causa de uma ferradura.

A vida é dura para quem é mole

Acervo: Afonso Carlos Cramer

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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