Convidado para ser o palestrante do MenuPoa, da Associação Comercial de Porto Alegre, o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, detalhou o que a instituição oferece ao público. Talvez a melhor definição seja seu slogan “Do exclusivo ao essencial”.

Minha história com o banco vem dos anos 1950, em Montenegro, quando ainda se chamava Bergs. Pagava os melhores salários na época, o que fazia que todos queriam trabalhar nele.
Os três Reis
Além do Banrisul, do Banco do Brasil e das duas Caixas: a Estadual e a Federal, a maioria das cidades gaúchas tinham filiais dos três maiores bancos privados gaúchos, o Província, o Sulbanco e o Nacional do Comércio. Como os três mosqueteiros que eram quatro, havia ainda o Agrícola Mercantil, de Santa Cruz do Sul, o Agrimer.
Os três se uniram para formar o Sulbrasileiro. Já o Agrimer foi vendido para o Banco Moreira Salles, que, por sua vez, transformou-se em União de Bancos, mais tarde Unibanco.
Na boca do caixa
Por que tantos bancos em cidades pequenas? Pelo simples motivo que não existiam cartões ou transações eletrônicas outras. Tudo tinha que ser feito na boca do caixa depois de passar pelos atendentes no balcão.
Se você quisesse sacar dinheiro teria que primeiro passar na seção de contas-correntes, entregar o cheque ao funcionário que anotaria o valor em uma folha de papel. Cada conta, um deles. Depois ia para o caixa.

Se fosse depositar cheques de terceiros, teria que depositar e esperar a compensação de cheques. Isso era feito à meia-noite. Mas o dinheiro só seria liberado no dia seguinte.
Se fosse um cheque de cidade do interior, a demora poderia levar dias e até uma semana, pois tudo ia por malote ou pelos Correios. Sem Pix nem depósito por cartão, era o que a casa oferecia. Por isso, formavam-se filas maiores que as de hoje.
A vida em câmera lenta
Quando lembro daqueles tempos à luz das facilidades de hoje, sinto que era uma vida em câmera lenta. Tudo levava um tempão e, por isso, o dia era curto para outros afazeres.

Entretanto, tinha suas vantagens, o estresse do dia a dia inexistia. Claro que a medicina de então tinha largas brechas de ciência faltante. Nos anos 1960, qualquer infecção mais séria só tinha a curá-la poucos antibióticos, além da penicilina.
A salvação na ponta da seringa.
A penicilina foi descoberta acidentalmente por Alexander Fleming em 1928. Ele notou que um fungo, o Penicillium notatum, que contaminou suas placas de cultura de bactérias, impedia o crescimento dessas bactérias. Basicamente tudo começou com mofo.
Vai daí que, em Uruguaiana dos anos 1960, havia o bar do velho Tuxo, famoso pelos bolinhos de carne. Um dia, alguém pediu um e observou que estava mofado. Reclamou.
– Mas e daí? Não é do mofo que se faz a penicilina?
Espelho, espelho meu…

… existe alguém tão calmo como eu? Sim, seu Guaíba, entendi o recado. Mas o senhor tem chiliques de vez em quando. Bota para fora, invade casas e prédios. E, depois, custa a ser caminho de novo.
Devagar se vai ao longe, mas demora muito.
Pensamento do Dias