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No tempo das carabinas

Nos anos 1960, dizia-se que o complexo industrial militar faria de tudo para acontecer mais uma miniguerra mundial como forma de ganhar muito dinheiro com armas de todos os tipos mais a reposição de obsoletas. Naquela época, li um livro chamado “No Tempo das Carabinas”, passado na I Guerra Mundial.

Até 1915, os aviões eram lentos e pesados. Neles cabiam, no máximo, um piloto e um observador. Serviam para olhar o front de cima  e fazer relatórios para os generais no comando.

As aeronaves inimigas faziam o mesmo. E quando um cruzava com o outro, os observadores batiam continência, até que surgiu um mau caráter que resolveu dar um fuzil para os observadores.

Em vez de continência, mandavam bala. Com o tempo, outro mau caráter pensou em metralhadoras. Dito e feito, o tempo das continências passou.

E para melhorar a pontaria, colocaram a arma na frente, para o gatilho ser acionado pelo piloto. Foi assim que começou a terceirização.

Problema: as balas se chocariam com as pás das hélices, que foi resolvido sincronizando as RPM com o intervalo entre uma bala e outra. Mais adiante, para evitar perda de potência, as colocaram na parte superior da asa, longe da hélice.

Adiante, botaram duas. Com o tempo, quatro e até seis mas agora nos bordos das asas. Somos peritos em matar.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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