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Importação de palavrão

O gaúcho sempre foi meio estourado nas relações sociais, especialmente no trânsito. No entanto, a radicalização nas atitudes está piorando em proporção geométrica. Até as respeitáveis senhoras estão apelando para a ignorância manual e oralmente: ou mostrando o dedo do meio ou falando palavrão.

O curioso é que nós estamos importando até essa ofensa dos Estados Unidos. Antigamente, bastava fazer o gesto mudo de fazer um círculo com o indicador e o polegar que significa OK para os americanos e para nós a exposição da retaguarda do corpo humano.

Hoje, ninguém usa mais. Antes, dava briga certa. Há quanto tempo você não o vê? Periga a gurizada nem saber o que significa. Aliança?

Éramos muito ingênuos então. Uma das ofensas era botar a mão na genitália, apertá-la e sacudi-la como se tirasse um bolo inglês da forminha acompanhado da provocação sonora.

– Olha aqui pra ti, ó…

Certa vez, assisti uma cena engraçada. Por coincidência, vinha uma garota atrás do sujeito a quem o gesto queria atingir.

Não tinha como ela não enxergar, então pensei que ela ia abrir o bocão. Que nada. Olhou com desprezo para a parte pudenda do desafiante, os países baixos, e falou curto e grosso.

– Grande bosta!

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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