O Shopping Iguatemi de Porto Alegre completa 42 anos de profícua existência. Lembro bem de como era a região antes do empreendimento.
Nos primeiros anos de jornalismo, 1968 e 1969, eu cortava caminho para ir a Alvorada com a viatura do jornal ZH, imagina. Era puro campo com gado e porteiras.
Da Protásio Alves até a Nilo Peçanha, ainda havia asfalto. Depois era estrada de chão batido. As macegas laterais estavam duras de tanta poeira acumulada. Na década de 1980 dois poderosos escritórios de advocacia brigaram para ter direito a estes campos via usucapião.
Até um quilômetro adiante havia alguns tambos de leite, e tirando o Colégio Anchieta, recém-inaugurado, era mato e mato nas laterais. Distante uma centena de metros, via-se a Sociedade Libanesa em construção.
Entre os dois havia uma fonte de água mineral. Mais para a Nilo, vizinha dos gramados do Country Club, um riacho que transbordava em dias de chuva forte. Nos anos 1990, uma senhora morreu ao ser arrastada com seu carro pelas águas.
Quando inaugurado, os porto-alegrenses gostavam de ver como funcionava o relógio de água. O Iguatemi deve muito a ele. Foi uma maneira de atrair consumidores ao Shopping.