Osni Machado, meu colega de Jornal do Comércio, sempre usa roupas pretas e pesadas que lhe dão um ar de pastor. Ontem, enquanto esperava um ônibus no corredor da avenida João Pessoa, uma senhora perguntou se já havia passado o ônibus linha Glória.
Casualmente vinha um, e Osni falou alto “É um Glória”.
Outra senhora ouviu e sai falando em voz alta “É a glória, é a glória!”.
Já foi pior. Certa vez ele foi confundido com segurança de um bingo por uma velhinha.
Gosto dele, mas…
Sempre gostei do inverno. Entretanto, o deste ano exagerou na dose. Na quarta-feira, fui a uma missa de 7º dia de uma prima na Igreja São Sebastião, altos da Protásio Alves.
Rapaz, encaranguei. Chuva que Deus mandava, frio de 7 graus, igreja com pé direito alto, portas escancaradas. Eu tremia como uma vara verde, para usar uma expressão dos anos 1950.
Missa de mineiro
Certa vez, conversei com um político mineiro flor de oportunista. Falávamos da morte de um famoso senador ocorrida no meio de um feriadão. Portanto, havia pouca gente no velório.
Então ele comentou que mineiro não vai na missa de 7º dia, vai na do 30º dia. Perguntei o motivo.
– Missa de sétimo dia, vai muita gente. Já em missa de trigésimo dia, vai pouca. Então é nessa que eu vou, porque a família vai me ver e dirá “Esse, sim, era amigo do falecido. Imagina, um mês depois e ele ainda sente a perda”.
A lichiguana do Paixão
O folclorista e pesquisador Paixão Côrtes, certa vez, falou-me que o gaúcho do passado usava a expressão “bateu a lechiguana” para descrever o frio extremo. Vem a ser uma vespa que, mesmo parada, bate as asinhas com velocidade espantosa.
Promessas de campanha
Não acredite em promessas de campanha que virão nas eleições municipais deste ano. Nem mesmo as registradas em cartório.
Para citar Charles De Gaulle, as promessas só comprometem aqueles que as recebem, ou como disse o prefeito Mario Cuomo, de Nova York: “Faz-se campanha em poesia e governa-se em prosa”.
Por fim, tem a Lei de Galbraith: a política não é a arte do possível. Ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso.
Um país inquietante
Do escritor Percival Puggina:
“As perguntas que farei perturbam meu sono e são comuns ao cotidiano de milhões de cidadãos brasileiros. Como não ser assim, se a nação se dilacera e degenera, o sectarismo se empodera, a burrice impera, o crime prospera, a política se adultera, a Têmis se torna megera e os omissos somem ou dormem? Só eu acordo nas madrugadas pensando nesses motivos pelos quais 41% dos brasileiros (1), entre os quais 55% dos nossos jovens (2), só não desistem do Brasil por não terem condições financeiras de arrancar as folhas de um passado sem esperança e redigir seu futuro noutro lugar?”
Negras Plurais
Negras Plurais, uma organização liderada por mulheres, que objetiva um futuro para minorias e pessoas em situação de alta vulnerabilidade social, realiza no dia 12 de julho, às 19h, no restaurante Olívia, em São Paulo, o evento AJEUM Beneficente.