O American Boate (na época usava o francês, Boite) foi um das casas noturnas mais famosas da capital gaúcha até meados dos anos 1960. Situada na rua Voluntários da Pátria, recebia artistas de categoria internacional, cantores, cantoras, bailarinas, corpo de baile e orquestras famosas.

Na época, era grande a revoada destas atrações e por um motivo bem prosaico. O destino final era Buenos Aires, a meca sul-americana de vaudeville, como era chamado.

No entanto, os aviões não tinham autonomia para fazer a rota Rio de Janeiro para a capital argentina sem reabastecer. Então, os empresários aproveitavam para fazer shows de uma única noite em Porto Alegre.

Os riquinhos da Capital

Como Porto Alegre era uma capital muito vistosa naquele tempo, havia mercado também para temporadas inteiras. Isso atraía o público masculino como lâmpadas atraem mariposas. Isso porque, na esteira das mulheres, vinham o que hoje chamaríamos de garotas de programa de meio expediente, com direito a paixões avassaladoras.

Na frente da casa do American ficava um chafariz. As bordas eram compreensivelmente escorregadias devido ao limo de décadas de água escorrendo.

Pois bem. Os endinheirados da época formavam grupos que tinham grana suficiente para pagar scotch e champã francesa legítima. Um desses grupos era formado por empresários sem limite de gastos.

O show do chafariz

Um desses grupos sofria o assédio de um empresário poderoso que não era muito querido na roda. Então, disseram a ele que, para receber a bola branca de “sócio”, deveria dar a volta no chafariz de pés descalços.

Tentou uma dúzia de vezes. Como disse um sobrevivente daquela época para mim, “Ele caía sempre…” Não conseguiu entrar.

Paixões noturnas

Uma das tantas histórias da boate envolveu um profissional liberal muito bem posto na escala de dinheiro vivo. Era um freguês assíduo.

Um belo dia, ele raspou o que tinha, largou a família e a profissão, pegou um navio sem olhar para trás e seguiu para Buenos Aires. Por lá ficou até terminar o que levara e do fizera com alguns bicos da profissão.

Assim, decidiu voltar, retomando sua vida, profissão e família. Agora, por que ele viveu essa aventura? Porque vivia e estava apaixonado pela sempre lembrada e célebre bailarina como grande cartaz do American Boite, a Cubanita de Bronze.

A castelhana da Fronteira

Nos anos 1970, eu trabalhava na Folha da Manhã, que não existe mais. Fui com o fotógrafo Maurecy Santos, o Santinho, cobrir defeito de obra pública na Fronteira Oeste.

Depois de um dia estafante, entendemos que seria cansativo voltar a Porto Alegre noite alta. Então, fomos procurar um lugar para jantar, coisa difícil porque havia poucos restaurantes e todos fechavam cedo.

Foi assim que eu e o Santinho fomos para a zona, que está sempre aberta. Acho que foi em São Gabriel.

Logo que a nossa viatura dobrou uma curva, e os faróis iluminaram um enorme cartaz apregoando a atração da casa. Via-se uma foto esmaecida de uma mulher com a chamada da sua especialidade:

SHOW DE CONCHITA DE LOS RIOS!!! COMPLETAMENTE SEMINUA!!!  

Expoagas 2024

A partir de amanhã  até dia 22, supermercadistas terão a oportunidade de conhecer produtos e novidades de 496 marcas de todo o Brasil, e de garantir negociações promissoras que acontecerão somente durante a 41º Convenção Gaúcha de Supermercados – Expoagas 2024. O evento, que será realizado na FIERGS, é promovido pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). A projeção é que sejam movimentados R$ 700 milhões em negócios durante os três dias.