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Conversa de bar

Falta à maior parte dos nossos governantes o que se chama de conversa de bar, metaforicamente falando. É uma forma antiga capaz de detectar o humor de um povo sem precisar encomendar pesquisas que, de cara, já ficam contaminadas por quem as contrata.

Grandes políticos e líderes em geral sabem disso. Então, conhecem o rengo sentado e o cego dormindo. Ou você é do ramo ou não é.

É por isso que os prefeitos de municípios do interior levam vantagem, especialmente os pequenos. Todo mundo se conhece e o trabalho de cabalar votos fica mais fácil – ou difícil, depende do candidato.

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Lembro de um episódio em que um prefeito foi entrevistado pela rádio local. Lá pelas tantas ele falou “A cidade me conhece”.

Erro fatal. O entrevistador respondeu de bate-pronto.

– Conhece até demais, prefeito

Mais isso e mais aquilo

É o aumento exponencial dos custos mensais fixos. Começou com o celular, depois o custo do smartphone e computador ou tablet, com bandas largas, taxas cobradas pelos bancos até quando se tira o extrato e cobram mesmo que não se peça nada.

Tem o custo segurança, condomínio cada vez mais caro. Idem a escola, plano de saúde, TV paga, seguros. Você não pode mais nem renovar timidamente seu guarda roupa.

Então, o custo fixo aumentou. E o salário fica na mesma. Isso quando não baixa. Em contraste com décadas anteriores.

Nos meus verdes anos, aluguei um pequeno apartamento na rua Duque de Caxias, Porto Alegre. Pagava na imobiliária do meu amigo Cláudio Vieira Gomes, a Intermediária de Imóveis.

https://cnabrasil.org.br/senar

Além do aluguel, a taxa de condomínio, a luz e deu. A maioria dos prédios, até da classe média, nem mantinha portaria. O zelador abria a porta às 6h da manhã e fechava às 22h. Depois era na base da confiança.

A barata sai caro

Dotadas de pequenos pelinhos ultrassensíveis, as antenas captam odores e podem, dependendo da espécie, detectar a presença de água, álcool ou açúcar nas proximidades. Respiram por 20 aberturas laterais chamadas espiráculos, que levam o ar para o corpo todo.

Assim, podem ficar horas sem oxigênio. E têm radar. Espinhos no traseiro dão informações detalhadas sobre ameaças: percebem movimentos sutis do ar e captam informações sobre possíveis ameaças, como localização, tamanho e velocidade.

Estou falando de baratas, mas cá entre nós e nosso cabeleireiro: não parece a descrição de um bocado de pessoas públicas (e privadas) que estão mamando nas tetas da República há décadas? Barata ainda dá para matar a chinelada. Mas estes caras são imorríveis

Limpa antes que suje a barra

Desde o dia 17 de fevereiro, mais de 150 mil acordos de renegociação de dívidas foram fechados por consumidores gaúchos no Feirão Limpa Nome, promovido pela Serasa em parceria com os Correios e a Febraban. A ação, que ocorre em âmbito nacional, conta com a participação de 1.456 empresas e visa conter a alta da inadimplência, que registrou aumento em janeiro em relação a dezembro.

Esses acordos de renegociação de dívida mostram o quanto da massa dos consumidores gastou além da conta. Claro que para o comércio é uma boa que ele atrase, porque normalmente ele tem sua própria financeira. Então não é negócio que se pague em dia, ao contrário. O lucro em si vem mais das operações financeiras e menos da venda de produtos.

Que mundo doido esse nosso! 

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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