Search

As voltas que o mundo dá

A maioria de nós tem algum tipo de arrependimento, que só chega quando já não podemos mais voltar ao passado e consertar. Profissionalmente, lamento muito não ter aceitado conversar com a revista Veja, no tempo em que ela era a rainha das revistas.

Tinha casado, uma filha, e mudar para São Paulo não parecia uma boa ideia. Na sondagem, foi-me dito que os salários de jornalistas de São Paulo em postos de relevância eram de primeira. Ou seja, muito superiores aos de Porto Alegre. Isso que aqui pagavam bem melhor que hoje.

A segunda volta

Nos anos 1980, quando fiz o Informe Especial da ZH, veio visitar-me, na redação, o humorista  e cartunista Jaguar, Sérgio Jaguaribe, um dos fundadores do jornal alternativo O Pasquim. Por este tempo ele já tinha se mudado de mala e cuia para o diário O Dia, do Rio de Janeiro.

Jaguar queria que eu desse uma nota sobre um abrigo de idosos de Porto Alegre que tinha tratado muito mal a sua sogra, que era gaúcha. Claro, eu falei, e de noite fomos jantar.

Contei as histórias que costumo contar no blog e no JC, e ele ficou muito impressionado. Queria que eu escrevesse uma crônica ou história semanalmente para O Dia, do qual Jaguar era editor-chefe. “Pelo que estou ouvindo, tens assunto até para uma coluna diário”, falou ele.

Por que o dinheiro era bom “Manda pelo Correio mesmo, continua no seu emprego atual”. Ai, se arrependimento matasse…

As crônicas que nunca escrevi

Por uma dessas coisas que nem Freud explica, acabei não mandando os contos/crônicas tipo os A Vida Como Ela Foi deste blog. Fácil como roubar doce de criança, o treino diário na arte de escrever mais minha boa memória me permitiam escrever um texto grande em menos de 20 minutos.

Sim, concordo com vocês, eu fui um idiota. A idiotice é um privilégio de pessoas jovens e irresponsáveis.

O terceiro convite

Houve outra proposta que, sinceramente, não sei se teria sido boa para minha cabeça. Embora o salário atualizado mesmo como aposentado propicia sono e o acordar sem preocupações.

Em 1974, então presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Alexandre Machado, procurou a mim e ao jornalista Rogério Mendelski para fazer uma proposta. Havia duas vagas para jornalistas na Assessoria de Imprensa da casa, ele queria que eu e o Rogério as ocupássemos.

https://ww14.banrisul.com.br/app?utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=patrocinio&utm_campaign=conta-digital&utm_term=visibilidade&utm_content=escala_600x90px

O concurso seria fácil, a gente passaria com uma mão nas costas. Porém, naquele tempo, havia uma expressão que baixava a autoestima, ser “chapa branca”.

Não era legal ouvir isso dos colegas. Resumindo, não topamos. Hoje, estaríamos ganhando como aposentados em torno de 40 mil mensais.

Que será, que será

É trecho de uma música sucesso dos anos 1960, originalmente cantada pela atriz Doris Day em um filme de sucesso. Fala do destino, essas coisas.

Seguidamente, a melodia me passa pela cabeça e me ponho a pensar o que seria da minha vida se eu tivesse aceitado as propostas. Desde cedo eu queria ser jornalista, e não me dei nada mal na profissão.

Mas o salário, ó, nunca foi lá essas coisas. Ainda mais no Rio Grande do Sul. Se algum de vocês tiver um filho ou filha que pretenda seguir a carreira de jornalista, deseje sucesso.

https://cnabrasil.org.br/senar

Mas avise que é uma das profissões mais mal pagas que existem. Mas é aquela coisa, a voz do coração raramente pensa em dinheiro.

Como disse o poeta pernambucano Ascenso Ferreira “Lá vêm os gaúchos em louca cavalgada/Pra que?/Pra nada”.  

O Brasil que funciona

O Banrisul lançou a Banrieduca, plataforma aberta de cursos online gratuitos. A novidade não se restringe aos clientes do Banco; qualquer pessoa interessada pode acessar os conteúdos oferecidos.

Já estão disponíveis capacitações sobre planejamento de gastos, reserva de emergência, dívidas e financiamentos, entre outros.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

Deixe sua opinião

Publicidade

Publicidade

espaço livre