O tatu-bola e seus primos tendem a ser extintos, assim como outros animais que tiveram seu habitat violado. É muito triste ver que o homem está destruindo a natureza em suas mais diversas formas, inclusive na flora.

Os lambaris da minha infância tomaram chá de sumiço. O cascudo que vive ou vivia nos riachos e arroios e se alimentava de larvas de mosquitos perigosos, como o borrachudo, também sumiu. Em compensação, as pragas aumentaram por falta de quem os embrulhasse para viagem estomacal, a primeira e última.

Que fim levou o Hans?
Na minha adolescência eu ia para o mato catar uma frutinha vermelha e amarela chamada de hans perle, pérolas do Hans. Por si só já é fascinante como recebeu esse nome, quem foi o Hans?
Pois nunca mais a vi e comi. Assim como as amoras doces das amoreiras que cresciam espontaneamente como inço junto aos muros dos terrenos nas cidades. Hoje, amora é “de cativeiro” e não são doces. São agendas que só casam se misturadas com creme de baunilha. Tudo foi-se embora, kaput.
A saudade e as frutas
O poeta Mário Quintana teceu um texto que diz “Sinto uma dor infinita/Das ruas de Porto Alegre/Onde jamais passarei/Há tanta esquina esquisita/Tanta nuança de paredes/Há tanta moça bonita/Nas ruas que não andei”. Eu troco as ruas por frutas que jamais comerei.

Cacete!
Alguém postou no Face que os baianos chamam de cacetinho o pão de 50g, como nós gaúchos. No Rio, há estranheza quando se diz essa palavra.
Até o corretor dos computadores não a reconhece. Mas corretor é burro, sabemos todos. Menos quem o programou.
Baiano não sei, mas gaúcho fala assim porque antigamente esse pão era duro e pequeno, um mini cassetete. Como dizem os italianos, se non e vero e bene trovato.

As origens da malvadeza
“Ninguém aceita uma parcela de poder sem a condição de uma parcela de malvadeza”. A frase do jornalista e filósofo francês Émile-Auguste Chartier é uma verdade universal. Mas cabe como uma luva no Brasil.
O poder é afrodisíaco, já disse Luís XIV, outra verdade. Por isso, tem tanto processo por agressão sexual.
“Usamos a palavra para esconder o que pensamos.”
Pensamento do Dias