Desde a pandemia, o Brasil virou um país de doutores em vacina. Mesmo que os do coronavírus tenham cometido um pecado original.
Em tempos normais, uma imunização demora cerca de cinco anos entre ser criada, desenvolvida e testada. Não foi o caso desta. Pois foi criada no regime vapt-vupt porque o pânico se espalhou pelo mundo.
Alguns países, como a Suécia, relutaram em aplicá-la com temor de efeitos colaterais piores que a doença. Outros, escolheram a dedo os laboratórios de maior confiança.
Tudo bem, tudo mais ou menos certo. Mas ninguém se deu ao trabalho de descobrir porque vacina é chamada de vacina.
Na raiz, é vaca, e tem um bom motivo. No século XVIII, o médico inglês Richard Jenner fez uma descoberta surpreendente. Ao analisar os casos de varíola, a peste daquele tempo, descobriu que ela vinha das vacas, mais exatamente das vacas leiteiras.
Sucede que as mulheres que as ordenhavam mostravam efeitos leves na pele mas não desenvolviam a doença. Daí para o conceito de imunização e desenvolvimento das vacinas foi um passo.
A vacina contra políticos
Foi criada por eles mesmos. Explico. De tanta demagogia e promessas falsas, os eleitores ficaram vacinados contra eles.
Infelizmente, o sistema imunológico dos brasileiros não oferece proteção total. Então, de dois em dois anos, os eleitores voltavam a contrair a doença ECP, “eu acredito em políticos”.
Pesquisadores descobriram que um dos motivos para a reincidência era a memória fraca. Então a imunização se dá durante o mandato dos eleitos.
A arte de empacotar
Pacotes como esse de controle de gastos que não controlam os gastos não são novidade em terras tupiniquins. Desde a década de 1960, os economistas se especializaram em embrulhar pacotes que não são solução e sim a piora do problema que, teoricamente, deveriam eliminar.
As décadas de 1980 e 1990 foram pródigas em pacotes do governo federal, que mais pareciam uma saída de banho das mulheres, que deixam grande área do corpo a descoberto.
O dedo de Deus
Não a montanha em Petrópolis, Rio de Janeiro. Mas é meu dedo mesmo advertindo meu colega Deivison Ávila que ele estava correndo muito na freeway. Olha que Jesus chama, falei.
Coisas da aldeia
A transformação do “jornalismo” em “entretenimento” está cansando os ouvintes. Antes, a opinião era atributo restrito a comentaristas e colunistas. Hoje, até o motorista da unidade móvel da rádio tem (e dá) pitacos sobre tudo.
Apenas na teoria o ouvinte é relevante. Exemplo? Cada vez que um comentarista, repórter ou curioso é chamado no ar, ele diz “Bom-dia” inicialmente para os colegas do estúdio. E só depois diz “Bom-dia aos ouvintes que nos acompanham”.