Até para se vestir esse país é complicado. E os diálogos com atendentes das lojas, não raro, beiram o surreal. Vejam essa. Jornalista porto-alegrense radicalizado – eu disse radicalizado mesmo – em São Gabriel veio à Cidade Grande Demais e se deu conta que precisava de camisas. Vai a uma loja do Centro de Porto Alegre e vê na vitrine camisa com dois bolsos em oferta. Bolso em camisa, sabemos todos, foi extinto em nome sei eu lá de que. Algum cretino fashion, certamente. Bueno. Ele pergunta ao atendente se tem tamanho GG ou 4, porque o jornalista em questão é verticalmente prejudicado, mas tem ombros largos. O cara da loja o olha de alto a baixo, nem tão alto, aliás.
– Essa marca de camisa tem que ser tamanho 5 e olhe lá. Experimente.
O jornalista a veste e também o número 5 é pequeno.
– O problema é que essa camisa é chinesa. Mas eu tenho uma nacional, mas só tem tamanho 1, e no seu caso a brasileira teria que ser 3.
Vamos ver se entendi. Chineses mandam camisas para brasileiros sem dar pelota para nosso biótipo. Pelo visto, nem mesmo nadadores profissionais da China tem ombros largos. A loja brasileira só vende o tamanho 1 e teria que ser 3 para ficar bem no nosso pequeno, mas largo homem.
O macaco tá certo. Sem roupa, não tem essa bronca toda.