Um senador da República de poucas luzes dos anos 1960, encanzinou que falava mal de improviso quando discursava da tribuna. O que era uma avaliação que seus pares assinaram embaixo.
Então partiu para o discurso escrito. Mas, para isso, teve que contratar alguém do ramo. Na véspera do dia em que faria a peça de oratória colada, ele chamou o recém-contratado e lhe deu o tema e o recheio.
O assessor então disse que colocaria uma piada antes de entrar a sério no tema. Coisa que os políticos americanos faziam muito bem. O senador lhe deu sinal verde.
O legislador chegou atrasado nos trabalhos e subiu direto para a tribuna, sem ler o texto antes. Pegou as laudas e engrenou a primeira e saiu falando.
Como sugerido, havia uma piadinha para enriquecer o recado. Tão logo a terminou, olhou sorridente para o plenário.
– Essa é muito boa! Não a conhecia!
(*) Quem me contou o causo foi o jornalista Sebastião Nery.