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A mata que secou

Foi isso que eu entendi em um primeiro momento, árvore seca, com galhos mirrados por alguma estiagem como a que o RS vinha passando. Ou as sobreviventes depois que uma hidroelétrica afogou uma bela região pulsando com vegetais exuberantes. Uma espécie de réquiem para a beleza inundada para dar energia ao ser humano, incansável na sua trajetória de destruição, inclusive dele próprio.

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Mas não. Era a imagem das minhas coronárias, tão secas e sem vida como o que eu achava ser uma árvore. Então, foi o início de mais uma das três jornadas hospitalares, todas por motivos e doenças diferentes. Escapei bem das três.

Cateterismo com instalação de quatro stents é um dos assombros da medicina moderna, sem abrir o peito e nem mesmo dar anestesia geral ao paciente. Eles te colocam molinhas no mesmo furinho, quase como tirar sangue para um check-up simples. Os artesãos foram os doutores Fernando Lucchese e Deiner, do Hospital Nora Teixeira da Santa Casa de Porto Alegre, mais a equipe que me salvou a vida, visto que fui  candidato a um infarto. 

O que é o estudo, diziam os antigos. E é mesmo. Para chegar a este estágio de descomplicação e eficácia, centenas, milhares e centenas de milhares de médicos e cientistas deram a maior parte da sua vida para salvar as vidas de outros, que sequer conheciam. Essa é a beleza da medicina.

Como estou?

Ainda não sei bem, depois do roto rooter de última geração nas minhas coronárias. Que costumo chamar de Ilhas Canárias. 

www.brde.com.br

O fôlego melhorou muito, mas ainda me sinto um pouco cansado ao caminhar. Natural, o coração ainda está se recuperando da inflamação.

Enquanto isso, tiro breves dias de férias (parciais) depois de 28 anos sem nenhuma. Parciais porque estou escrevendo. Mas, pra mim, isso não é trabalho. Estou apenas botando para fora.

Temporal

Ventos de mais de 100km/h tombaram caminhão na ponte nova do Guaíba.

Como entrar na chuva sem se molhar

Ficou um pouco estranho a mídia tratar o temporal forte que caiu ontem como algo fora do normal. Antes mesmo das mudanças climáticas, anunciadas como se fossem coisa nova. 

O Rio Grande do Sul em geral e sua Capital sofreram devastações secas e molhadas além da conta. Quando da enchente de maio de 2024 foi inevitável se comparar com a de 1941.

https://cnabrasil.org.br/senar

Ah é? E sobre a de 1967 ninguém fala nada? As águas lambe-lambe o prédio do Banrisul. Já contei aqui que estava no apartamento de uma namorada na rua Siqueira Campos, Centro, próximo ao banco citado, e me vi mal.

Foi dormir no seco e, de manhã, não consegui sair. Pior que o pai zangado da moça era general, e brabo. Pois ele deu um jeito de chegar na portaria e me viu.

Aí meu Jesuscristinho, pensei, lá vou eu para a cana de milico na flor da idade. Felizmente deu certo. Nem precisei casar com a moça.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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