Eu e meus humildes pesos que coloco nos aparelhos da musculação do União não somos páreos para os fortões que levantam, imagino, uma jamanta de 60 toneladas. Os mamãe-olha-como-sou-forte lembram um querido amigo dos tempos dos bar-chopes da Porto Alegre, que já morreu, e a história da tampinha de garrafa.
O Ubirajara era da Fronteira e nunca perdeu o sotaque, ele e seu falar ciciante porque tinha dentes frontais bem separados. Uma noite dessas no Styllo’s Bar, na esquina da Independência com a Garibaldi, Porto Alegre, o Bira contou que seu pai fazia questão de exibir seus músculos adquiridos no trabalho braçal só com os dedos.
Sua força era tal que conseguia esmagar objetos usando só o polegar e o indicador. Então o velho gostava de se exibir para a molecada, ficando com o torso nu para mostrar a musculatura e em seguida amassava uma tampinha de garrafa atrás da outra só com o polegar e o indicador tão facilmente como se elas fossem de papelão.
Admirada com a proeza, a gurizada com os olhos arregalados. O velho esperava a turminha absorver bem a façanha e olhava bem nos olhos para o arremate do causo.
– E olha que é a tampinha mais forte que a companhia produz!