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A história da tampinha

Eu e meus humildes pesos que coloco nos aparelhos da musculação do União não somos páreos para os fortões que levantam, imagino, uma jamanta de 60 toneladas. Os mamãe-olha-como-sou-forte lembram um querido amigo dos tempos dos bar-chopes da Porto Alegre, que já morreu, e a história da tampinha de garrafa.

O Ubirajara era da Fronteira e nunca perdeu o sotaque, ele e seu falar ciciante porque tinha dentes frontais bem separados. Uma noite dessas no Styllo’s Bar, na esquina da Independência com a Garibaldi, Porto Alegre, o Bira contou que seu pai fazia questão de exibir seus músculos adquiridos no trabalho braçal só com os dedos.

Sua força era tal que conseguia esmagar objetos usando só o polegar e o indicador. Então o velho gostava de se exibir para a molecada, ficando com o torso nu para mostrar a musculatura e em seguida amassava uma tampinha de garrafa atrás da outra só com o polegar e o indicador tão facilmente como se elas fossem de papelão.

Admirada com a proeza, a gurizada com os olhos arregalados. O velho esperava a turminha absorver bem a façanha e olhava bem nos olhos para o arremate do causo.

– E olha que é a tampinha mais forte que a companhia produz!

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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