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A escolha pela cara

Quando acontece uma campanha eleitoral é comum que surjam perfis não só dos candidatos, mas dos eleitores também. É mais difícil identificá-los por grupos, salvo por faixa etária, de renda, por bairro ou número de filhos e dependentes. Cessa aí a fotografia exata.

Ocorre que boa parte do eleitorado ainda escolhe candidatos pela simpatia ou pela repulsa. Para isso, basta que veja uma foto dele impressa em santinhos ou outro material de propaganda. Já foi muito mais, mas ainda há quem use esse critério para votar ou não nele.

Hesito em afirmar que a maioria são mulheres. Mas é fato que homens não gostam de ser avaliados neste quesito.

Por isso que, no passado, antes da TV e da internet, os santinhos não eram como hoje. Mas impressos em tamanhos variados sempre maiores que os de hoje. O santinho comum era para candidatos pobres.

Não fui com a cara dele

Frase bem comum, certo? Ainda ontem uma amiga jornalista me disse que não votou no candidato xis “porque não gostei da cara dele”. A tradução mais simples e objetiva é que ela não o achou simpático.

Reparem que não estou dizendo “bonito”, mas simpático. É claro que a maioria das mulheres não se guia por isso. Entretanto, sabemos que a aparência pessoal é fundamental, com perdão do trocadilho. Vale para todo o universo, seja ele masculino ou feminino.

Empresários não gostam de admitir. Entretanto, quando se trata de lidar com público a empatia é fundamental.

Não preciso ir longe: vejam as apresentadoras de televisão, incluindo homens. E novamente surge uma bifurcação.

O que é ser charmoso?

Homens têm dificuldade em dizer que outro homem “é bonito”, um resquício machista cuja tradução quer dizer que ele tem medo de ser qualificado como gay. Caso do falecido Alain Delon.

Mulheres são mais objetivas. É comum que elas digam que algum homem não é bonito, mas “é charmoso”. Há exemplos de feios-bonitos no cinema, e acho que o ator francês Jean-Paul Belmondo foi um feio-bonito porque tinha muito charme. “Ele é bonito, mas muito antipático” é outro lugar comum.

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Então voltamos aos candidatos. Quem não tem esse dom de ser chamado de charmoso pode amenizar a aparência usando roupas certas com as cores certas.

O critério definitivo é o modo de falar, a voz, o jeito certo de mexer com as dezenas de músculos da face. Há estereótipos, como covinhas nos cantos da boca, mas sempre é o conjunto que os define. Ou você tem ou não tem, não se compra na esquina.

Os políticos que dão certo

Não são os que têm charme nem beleza, são os que, ao natural, transmitem autoridade – mas não autoritarismo – sabedoria, inteligência e brilho intelectual. Acrescento um item fundamental: falar curto, ir direto ao ponto e não ir de Porto Alegre a Florianópolis via Uruguaiana.

Por isso, todo vigarista é simpático. Não precisa ser bonito.

https://cnabrasil.org.br/senar

Badulaques modernosos

Cada vez mais se vê comerciais de TV usando I.A., pessoas inventadas e tão convincentes quanto uma parede de cimento. Barateia os cursos. Entretanto, tira empregos, e vai tirar cada vez mais.

Veremos barbies a todo instante. Então eu pergunto: você compraria algo de uma Barbie falante? Volto a usar o exemplo da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, quando distribuiu continhas coloridas para os índios.

Esses badulaques modernosos não têm alma e, no seu uso diário, em qualquer atividade humana, não oculta que é a pessoa humana, o profissional que falta. Digo que boneca de pano tem mais alma que a Barbie porque estimula a imaginação.

Quem viveu uma infância sem riqueza sabe como nossos brinquedos de criança eram toscos. Mas de um cabo de vassoura montávamos um cavalo a relinchar.

O pêndulo 2024

Não entro muito em política no blog. No entanto, é inegável que o resultados das eleições municipais mostrou que o Brasil guinou para a direita. Como um pêndulo, que foi muito para a esquerda e, agora, volta para a direita.

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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