Artigo de Paulo Vellinho *
O Rio Grande do Sul vem perdendo características que o tornaram um dos estados mais desenvolvidos do Brasil. Já fomos o celeiro do País, tínhamos o melhor nível educacional, éramos dizia-se os mais politizados, e entre nossos homens públicos, havia legítimos estadistas. Mas esses valores acabaram sendo abandonados, e o espírito de servir sem servir-se, pouco a pouco, deixou de prevalecer quando iniciou-se um processo de priorização da burocracia governamental. Nessa busca do bem-estar social levado aos extremos, comprometeu-se cada vez mais a receita tributária com o custeio dessas benesses.
O governador José Ivo Sartori recebeu esta herança maldita em que 52% da folha é gasto com aposentados e pensionistas e 42% com os servidores ativos. Com tudo isso, a poupança pública do Estado, que chegou a quase 30% do PIB, indispensável para atender aos investimentos em infraestrutura, caiu para quase zero.
Para reverter este quadro, duas medidas são essenciais: alterar, daqui para a frente, o que levou a esta situação e discutir os direitos adquiridos dentro do seguinte raciocínio: direitos mal ou injustamente havidos devem ser revistos. A par disso, como perdemos nossa capacidade de investimento, impõe-se acelerar as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e as concessões.
* O Paulo Vellinho é meu amigo há muito tempo, empresário, sempre foi um batalhador e homem correto.
Artigo publicado na íntegra no Jornal do Comércio