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Porque me ufano do meu País

É um escrito de Afonso Celso publicado em 1908. “Assiste-vos o direito de proclamar, cheios de desvanecimento, a vossa origem, sem receio de confrontar o Brasil com os primeiros países do mundo. Vários existem mais prósperos, mais poderosos, mais brilhantes que o nosso. Nenhum mais digno, mais rico de fundadas promessas, mais invejável”.

Se vivo fosse, eu diria ao escritor: “Menos, Afonso, menos”. Por alguma razão ou conjunto de ações, não existe uma só causa para acidente de avião, nem de países que não acertam o passo. Isso posto, só me resta dizer que só dói quando rio.

Caminhamos sós

Os acontecimentos dos últimos anos, e mais recentemente a inversão de poderes, sem que a Pátria intimorata e silente esboce a menor reação. Como nos filmes de ficção científica com batalhas contra alienígenas, Brasília tem um escudo que não só impede que ela seja atingida, como devolve os petardos com juros e correção para aqueles a quem teoricamente deveriam proteger.

Tem quem sente na beira da calçada para chorar. Já eu prefiro rir. Afinal nada vai mudar, a não ser no Dia de São Nunca. A propósito, leia sobre lugares comuns abaixo.

O que significa “No frigir dos ovos”?

(autor desconhecido)

Escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que, depois de um certo tempo, dá crepe. Você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. 

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Como a rapadura, é doce, mas não é mole. E nem sempre você tem ideias. Pra descascar esse abacaxi, só metendo a mão na massa.

E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria. Isso porque é de grão em grão que a galinha enche o papo. Contudo, é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais.

Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou, para poder vender o seu peixe. Afinal, não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança. Então, vai com muita sede ao pote.

Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha. São escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.

https://cnabrasil.org.br/senar

Há também aqueles que são arroz de festa que, com a faca e o queijo nas mãos, se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca. E, no fim, quem paga o pato é o leitor, que sai com cara de quem comeu e não gostou.

O importante é não cuspir no prato em que se come. Pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente.

Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga, o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado, porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha não!

O pepino é só seu e, o máximo que você vai ganhar é uma banana. Afinal, pimenta nos olhos dos outros é refresco. A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas.

Mas, quem não arrisca não petisca e depois, quando se junta a fome com a vontade de comer, as coisas mudam da água pro vinho.

Embananar-se de vez em quando é normal, o importante é não desistir, mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa para sua sardinha, que, no frigir dos ovos, a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda…

Entendeu o que significa “no frigir dos ovos”?”

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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