Uma coisa na ceia de Natal mudou. O Peru está dando lugar ao chester, que tem mais carne branca.
É engenharia genética que transformou a coitada da galinha em um ser monstruoso, um Frankenstein que se come. É aí que vem a engenharia da cozinha.
Quase sempre sobra peru ou o chester junto com aquelas coisas que ninguém come ou come pouco, farofa, frutas, tender. Então o que foi ceia se transforma em almoço no dia 25.
Mesma coisa com a sobremesa. Facilita e sobra até para o jantar. E houve tempo em que se aproveitava os ossos para fazer um sopão.
Como é a volta?
Ninguém fala sobre o dia seguinte do Papai Noel. Ele, com aquelas roupas pesadas de inverno, bota algo mais leve e vai para as praias pegar um bronze ou volta para a Lapônia ouvir a bronca da Mamãe Noel tipo. “Onde você andou? E essa mancha de batom na cueca?”.
Ai que medo!
Estava posto em sossego no meu quarto quando ouvi gritos histéricos vindo da sala da TV. Era uma coisa tão horrível que pensei até em ligar para o 190 direto. Saí correndo e era apenas uma personagem da novela das nove.
Se a atriz Linda Blair visse e ouvisse a cena, sairia aos prantos dizendo que a posse demoníaca no seu filme era uma brincadeira de creche perto dessa loucura