Quando se fala em falta de educação e desrespeito, logo vem à mente que isso é coisa do povão. Julgamento que não poderia estar mais errado.

Esta imagem mostra que nem vagas para grávidas são respeitadas, e logo vem um sem-noção reservar a sua. Não é só isso.
Vou muito para o bairro Moinhos de Vento e constato que as rainhas da falta de educação são pessoas abonadas. Especialmente garotas adolescentes., com as devidas exceções. Uma delas, com vestido de grife, cortou meu trajeto na entrada da escada rolante do Shopping Moinhos.

Botou sua falta de educação na vitrine e não está sozinha. Em minutos, observei senhoras respeitáveis que não se dão ao respeito e acham que os equipamentos urbanos foram feitos só pra elas. Novamente, não são todas.
Eu penso que vivemos a era da má educação e desrespeito ao próximo. Principalmente quando o próximo estiver muito próximo.
Nos ônibus, é a mesma coisa. A rapaziada não está nem aí para assentos reservados aos idosos. E a culpa é da educação que recebem dos pais, que mimam seus pimpolhos.
E não adiantam campanhas. O país está dominado pela falta de respeito. E, por isso, nunca será um país de verdade.
Deu a louca no mundo
Nome de um filme de Stanley Kramer que fez enorme sucesso nos anos 1970, uma comédia que faz pensar. Por causa de um tesouro que ninguém nem mesmo sabia se existi, toda uma cidade e arredores se lançou em louca disparada estrada afora para o suposto local onde o tesouro estaria enterrado.

Atropelavam-se até os filhos e parentes nesta louca disparada. Hoje não precisa nem tesouro para tal.
Gravidez adolescente
Com frequência, bebo meu café em uma cafeteria na frente do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, na avenida Independência, Porto Alegre. Não me acostumo em ver tantas adolescentes grávidas ou com filhos de colo. Geralmente, acompanhadas das mães que mal passam dos 30 anos.

Na maioria das vezes, é gente pobre. Fico pensando como será o futuro destas crianças – e mães. Li em um relatório que cerca de um terço das grávidas que são atendidas pelo SUS são adolescentes.
Há sinceridade nisso?
Você está sentado em um bar ou lancheria e vem alguém que coloca um escrito na sua frente em que se lê que o portador(a) sustenta família, que tem filhos e doenças que precisa desesperadamente de ajuda. De dez deles, quantos você acha que são sinceros, que realmente estão na pior?
Impossível saber. Mas eu mesmo já verifiquei que muitos percorrem sempre os mesmos lugares e que são folgados enganando crédulos. Somados aos sem-teto que se multiplicam como coelhos. De der para um décimo dos pedintes, quem ficará pobre é você.

Observo que são as mulheres idosas e de poucos recursos que mais dão um dinheirinho ou lanche, especialmente, quando tem criança de colo na parada. Pobre ajuda pobre nem que o primeiro pobre seja realmente pobre.
O contador de histórias
Quando os sem-teto não eram nem um décimo do que são hoje, um grupo deles se reunia debaixo da marquise de um prédio no meu bairro. De madrugada, ouviam atentamente um colega com cerca de 40 anos que chamava atenção porque trajava roupas boas.
Trazia sempre uma garrafa de uísque bom e repartia com a turma, que ouvia atentamente suas histórias que não acabavam nunca. Fiquei cismado, e como um velho repórter e fui atrás.
Dias depois, a verdade. Era o filho de uma fazendeira, cuja mulher o abandonara de forma cruel, o que o levou a um profundo desgosto. Desistiu da vida e passava o dia dormindo no apartamento da mãe e as noites, contando histórias e causos para os colegas de infortúnio.
Rir é o melhor remédio
– Nome?
– João da Silva.
– Profissão?
– Marceneiro
– Solteiro ou casado?
– Casado.
– Regime de casamento?
– Semi aberto.
“Vítima de fraude, você ainda será uma.”
Pensamento do Dias