Quando a Globo viveu tempos melhores que hoje, no tempo em que seu fundador Roberto Marinho a conduzia com pulso firme e não permitia baixar o nível da programação. Ou seja, tempo em que as novelas como Saramandaia, Roque Santeiro e outras cativaram telespectadores, inclusive fora do Brasil.
Também havia apresentadores e artistas que a gente convidava para “entrar” na nossa casa se isso fosse possível. Várias vezes, flagrei-me pensando “Nossa, ele faz parte da minha família”. Isso, referindo-se a atores e atrizes, humoristas, como Chico Anysio e outros, que nos faziam rir, apresentadores como Cid Moreira e Sérgio Chapelain, Galvão Bueno, entre outros.

Com as mudanças (para pior) por exigência de um mercado em boa parte dominado pelo mau gosto e humor rasteiro cheio de baixarias, a porta da minha casa e a de muita gente se fechou para os novos personagens. Foi o fim da belle époque da televisão brasileira, com um padrão rígido de qualidade.
Os sintomas da queda foram vários, como a Globo não ter mais (bons) programas de humor e novelas carrancudas, com a sensibilidade de uma retroescavadeira.

Pensei em tudo isso ao confessar uma coisa. Nestes 56 anos de jornalismo, a única editoria que não trabalhei por puro desinteresse foi a dos Esportes, leia-se futebol.
Sempre fui de opinião que a cobertura dos jogos tinha algo sobrenatural. Ou seja, um mesmo lance visto por uma dúzia de profissionais experientes com interpretações igualmente diferentes.

Nada contra essa rapaziada, mas não me atraiu. A palavra é um insumo barato. Então, tendemos a usá-la em exagero.

Porém, um profissional que sempre simpatizei por sua função, de ir direto ao ponto, foi o recentemente falecido Léo Batista, 92 anos. O cara era bom porque impecável. Meus respeitos, seu Léo. Se existe outro mundo melhor que o nosso você certamente está nele.
Uma comida muito irregular
Tempero para o prato da vida tem duas colheres de angústia, uma de desilusão, 10 gramas de sofrimento, uma colherinha de esperança, 20 gramas de alegria e meia xícara de “Entreguei a Deus”.
“Corrupto, quando morre, vai para o paraíso fiscal.”
Pensamento do Dias