O afiador de facas e tesouras era uma presença constante até os anos 1990. Caminhava pelas ruas em dias determinados, anunciando sua presença com uma flauta com sequência de bambus de tamanhos e ordem decrescentes. Ou seja, a flauta de Pan, que já era conhecida na Grécia antiga.

As melhores facas eram da marca alemã Solingen, e as Zivi Hércules – E TESOURAS – eram ótimas também. O primeiro golpe foi com a chegada das facas descartáveis, como as asiáticas, muito baratas. Afiá-las custava mais que comprar uma nova.
Estranha trajetória da faca. A primeira arma da humanidade, feita com pedras afiadas, depois metal. Foi-se aprimorando até chegar nos tempos atuais.
Então surgiram as facas artesanais (para churrasco, trabalhos de campo) e, em seguida, as que se autoafiam, feitas inicialmente pela cutelaria chinesa. Quase caí da cadeira quando soube que a Tramontina fabrica um milhão de facas POR DIA.
Mas a presença tranquilizadora nos bairros do afiador de facas e tesouras com sua bicicleta adaptada, nenhuma IA ou chinês consegue substituir.