Search

Os extintos

O afiador de facas e tesouras era uma presença constante até os anos 1990. Caminhava pelas ruas em dias determinados, anunciando sua presença com uma flauta com sequência de bambus de tamanhos e ordem decrescentes. Ou seja, a flauta de Pan, que já era conhecida na Grécia antiga.

Foto: Fernando Albrecht

As melhores facas eram da marca alemã Solingen, e as Zivi Hércules – E TESOURAS –  eram ótimas também. O primeiro golpe foi com a chegada das facas descartáveis, como as asiáticas, muito baratas. Afiá-las custava mais que comprar uma nova.

Estranha trajetória da faca. A primeira arma da humanidade, feita com pedras afiadas, depois metal. Foi-se aprimorando até chegar nos tempos atuais.

Então surgiram as facas artesanais (para churrasco, trabalhos de campo) e, em seguida, as que se autoafiam, feitas inicialmente pela cutelaria chinesa. Quase caí da cadeira quando soube que a Tramontina fabrica um milhão de facas POR DIA.

Mas a presença tranquilizadora nos bairros do afiador de facas e tesouras com sua bicicleta adaptada, nenhuma IA ou chinês consegue substituir.  

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

Deixe sua opinião

Publicidade

Publicidade

espaço livre